Surdo, burro ou canalha ? |
Quem são os maiores agressores?
Juremir Machado
Eu tenho horror à violência física, psicológica e simbólica. Estou entre os que defendem medidas contra bullying, implicância, humor racista, pegação de pé, ofensas disfarçadas de brincadeiras e tudo mais.
Li hoje que deputados de vários partidos vão tentar aprovar projetos na Câmara para afrouxar controle das doações de campanha. Aí eu eu pergunto: eles são surdos, burros ou canalhas?Ou tudo isso ao mesmo tempo? Querem que a Câmara dos Deputados seja invadida? Depois vão falar em cerceamento da liberdade e em agressão.
Em Porto Alegre, a maioria dos vereadores que derrubou as emendas que dariam transparência à relação com as empresas de ônibus, exigindo a aberturas das contas e a publicação na internet das planilhas de custos um mês antes dos aumentos, agrediu a população.
Essa maioria que ignorou as ruas e agiu em nome das empresas de ônibus deu um tapa na cara de cada cidadão, de cada usuário de ônibus, de cada porto-alegrense, de cada eleitor. Agrediram e não pediram desculpas.
Permitiram-se ignorar o clamor popular. Lixaram-se para a galera. Cantaram e andaram para as críticas, reclamações, ponderações e demandas. Foram irresponsáveis, levianos e indiferentes aos interesses da população. Acharam que poderiam botar todo mundo no bolso e seguir em frente.
Os tempos mudaram.
Os políticos brasileiros continuam sem entender o que estão acontecendo. Pior: continuam querendo não entender. Esperam que o tempo passe rapidamente para que possam manter tudo igual. São tão apressados que, mesmo em meio aos conflitos, pretendem tocar a vida de sempre.
Depois não querem ser chamados de salafrários, vis, mercenários e cretinos. Não querem que a política fique desacreditada. Fazem tudo para jogá-la no fundo do poço. Falta vergonha na cara.
Preciso um bando de guris de 20 anos tomar a Câmara para ensinar moralidade aos edis.
Que esperneiam, manobram e tentam não ouvir.
Será que, desocupada a Câmara de Vereadores de Porto Alegre, nossos representantes vão esquecer tudo o que passaram e vão continuar ouvindo só os donos das empresas de ônibus?
Que tempos!
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