Governador do PSB fala em candidatura própria só para 2018
Camilo Capiberibe, do Amapá, é mais um nome da sigla que se diz contra candidatura de Eduardo Campos ao Planalto Pessebista diz que só vê voo próprio em 2018 e critica aproximação do pernambucano com partidos da oposição
Kátia Brasil
Em mais um exemplo da resistência no PSB a uma eventual candidatura presidencial de Eduardo Campos (PE), o governador Camilo Capiberibe (AP) afirmou ontem à Folha que "o melhor" hoje para o partido é apoiar a reeleição de Dilma Rousseff.
Segundo ele, uma candidatura própria do PSB ao Planalto deve ser pensada somente a partir de 2018.
"Em 2018 esse ciclo que começou em 2010 vai estar concluído. E aí várias políticas nas quais acreditamos, que estão sendo implementadas pela presidenta Dilma com nosso apoio, vão estar consolidadas. Então vai ser o momento de promover a alternância no âmbito federal", afirmou Capiberibe.
A fala do governador ocorreu no mesmo dia em que Dilma e Campos tiveram compromissos juntos --um evento no porto de Suape e a inauguração da Arena Pernambuco.
"Fazemos parte da base de apoio da presidenta Dilma. Apoiamos a eleição da presidenta [em 2010] porque acreditamos que ela era a pessoa mais preparada para dirigir o Brasil. Acho que, neste momento, o melhor é continuar na base de apoio, afirmou.
Capiberibe, que controla a sigla no Amapá, criticou ainda a aproximação de Campos com líderes do DEM e da MD (fusão de PPS e PMN) de olho em 2014. "Não dá para construir uma candidatura baseada em suporte político com a oposição. Não pode isso."
O governador recebeu apoio do PT em 2010 e disse que pretende contar com o aliado de novo em 2014.
RACHA
Capiberibe é mais uma voz, dentro do PSB, de oposição a uma candidatura à Presidência do governador de Pernambuco, que também é presidente do partido.
Nesse grupo, estão ainda pelo menos mais dois governadores e o principal ministro da sigla.
Titular da Integração Nacional, pasta responsável pela obra de transposição do rio São Francisco e por ações de combate aos efeitos da seca, Fernando Bezerra defende a reeleição de Dilma e tem articulado internamente contra a tese do voo solo, conforme a Folha noticiou ontem.
Eleitos em 2010 com apoio do PT e do PMDB, os governadores Cid Gomes (Ceará) e Renato Casagrande (Espírito Santo) também já se manifestaram publicamente pela permanência do PSB na base aliada do governo Dilma.
Cid chegou a propor que o partido comece a discutir 2014 de forma oficial, e Casagrande afirmou ao jornal "Valor Econômico" que Campos "não tem condições de ser candidato ainda".
Os outros dois governadores do PSB além de Campos --Ricardo Coutinho (Paraíba) e Wilson Martins (Piauí)-- tendem a apoiar uma eventual candidatura do governador de Pernambuco.
Luiz Nassif
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