segunda-feira, 6 de maio de 2013

A infraestrutura precária da Cagepa e o transtorno da falta de água


Transtorno da falta de água

Problema vivido por moradores de Bayeux, Santa Rita, e João Pessoa é consequência da precariedade do sistema de abastecimento.

Valéria Sinésio

A falta de água nas torneiras das casas do conjunto Tibiri, em Santa Rita, se tornou frequente. O transtorno é diário, segundo os moradores. Diante do problema e da reclamação constante, o que resta é ficar atento para encher os baldes no momento que a água chega. É a única forma de garantir o banho e os afazeres domésticos do dia seguinte. O problema se repete em bairros de Bayeux e até de João Pessoa.

O problema vivenciado pelos moradores dessas localidades é consequência da infraestrutura precária no sistema de abastecimento da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa). O último grande investimento feito no órgão foi em 1985, quando a Paraíba tinha quase um milhão de habitantes a menos do que tem nos dias de hoje, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A população cresceu e a estrutura continua a mesma.

Na casa do comerciante Severino Ramos da Silva, no conjunto Tibiri, em Santa Rita, na Grande João Pessoa, falta água todo dia. “Faz dois anos que mora aqui e sempre foi desse jeito. Parece sagrado: todo dia falta água”, comenta. “A gente acorda pela madrugada para encher a caixa e os baldes. É a única saída”, declara Severino, mostrando os baldes com água armazenada. O pedreiro Luiz Valdo de Oliveira também se queixa da situação em Tibiri. “Água não tem, mas a conta eu duvido não chegar no final do mês”, afirma.

Na rua Deputado Luiz Clementino de Oliveira, em Jaguaribe, o problema também deixa os moradores insatisfeitos. A dona de casa Maria Cristina Simões diz que a falta de água na rua vem de muito tempo, mas se agravou nos últimos três anos. “Quando vim morar aqui em Jaguaribe, há oito anos, já faltava água todo dia, mas agora parece que está pior. Falta de manhã logo cedo e geralmente só volta à noite”, afirma.

Para não correr o risco de ficar sem tomar banho e fazer o almoço, Maria Cristina fica atenta ao noticiário para saber se faltará água no dia seguinte. “Quando isso acontece, trato logo de encher a caixa e uns baldes para garantir o abastecimento da casa, mas tem dias que nem sequer avisam”, destaca. A reclamação se estende praticamente por todo o bairro de Jaguaribe, mas a situação é mais crítica onde não há reservatório de água.

No Cristo, a falta de água deixa os moradores irritados. A dona de casa Rivaldina Maria da Silva conta que já está cansada de ter que ir até uma escola municipal do bairro pegar água com balde. “Na semana passada, foram três dias direto sem um pingo d'água nas torneiras. É um absurdo. O que mais revolta é que a conta sempre vem, apesar de não termos água”, reclama.

Na rua Elias Cavalcanti de Albuquerque, Cristo, a população sofre com o mesmo problema. O jeito é acordar de madrugada e encher os baldes, como faz a aposentada Rosineide Alves Pereira. “É uma situação bem complicada, principalmente para quem tem crianças em casa”, afirma. Já Sandra dos Santos diz que o problema existe há pelo menos 15 anos, mas que percebeu melhora nos últimos meses.

Jornal Paraíba

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