Renato Rovai
A eleição de São Paulo é a mais importante de 2012 não só por conta de ser travada na maior cidade do país, mas porque o maior líder da oposição, José Serra, está na disputa. Se vencer, ele se habilita para novas disputas, podendo se recandidatar a presidência da República em 2014 ou ainda incentivar uma candidatura presidencial de Geraldo Alckmin para poder disputar o governo do estado.
A derrota de Serra praticamente encerra sua participação na vida pública, o que não é pouca coisa. Afinal, desde 2002 é o principal protagonista do PSDB.
Há outras cidades grandes do país que terão disputas interessantes. No Rio de Janeiro, por exemplo, tudo indica que Eduardo Paes (PMDB) vai renovar seu mandato, mas a candidatura de Marcelo Freixo tem conseguido apoio de uma sociedade civil que não está satisfeita com a hegemonia peemedebista no estado. E há gente de todos os partidos que está embarcando na canoa do candidato do PSoL.
Esse movimento é capaz de alterar a lógica da disputa. Até porque, é bom lembrar, na cidade do Rio de Janeiro, Marina Silva ganhou a eleição no primeiro turno presidencial. Há uma grande fatia do eleitorado que pode ser conquistada por Freixo.
Claro que se vier a ganhar a eleição do Rio, o PSoL terá de reinventar e isso será o grande fato novo desta eleição.
Mas há uma disputa que não precisa do “fator surpresa” para ser importantíssima para o que vai acontecer em 2014. É a de Recife. Depois da decisão do governador Eduardo Campos em lançar um candidato do PSB à prefeitura, ficou claro que o PSB pretende ampliar sua hegemonia no Nordeste e que o movimento do partido em Fortaleza, onde também vai ter candidato contra o PT, não foi uma atitude isolada da família Ferreira Gomes.
O PSB quer testar sua força para ou conseguir a vaga de vice na chapa da presidenta Dilma ou para lançar Eduardo Campos como candidato a presidente buscando criar um novo campo político.
Há também uma possibilidade que não pode ser desprezada. A de o partido preferir ir de Aécio Neves em 2014. Até porque, em Belo Horizonte isso acaba de acontecer. Como o PSDB exigiu que o PT estivesse fora da chapa de vereadores do PSB para apoiar Márcio Lacerda, o partido de Campos preferiu romper com o PT. E ficar com Aécio.
No PT, membros da direção nacional já registraram a movimentação de Campos e por isso ganhar em Recife passou a ser considerado estratégico. Como também passou a ser muito importante vencer em Fortaleza e Salvador. Se vier a perder nessas três cidades, o PT enfraquece demais suas bases nordestinas e pode vir a ter dificuldades na reeleição de Dilma.
Não é só a prefeitura de Recife que vai estar em disputa nas eleições municipais da capital pernambucana deste ano. Há outras coisas em jogo. E tanto PSB e PT sabem disso.
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