Ivan Bilheiro
Uma interessante forma de estimular e manter o hábito da leitura é promover o diálogo entre os leitores, e os Clubes (ou Grupos) de Leituras são ideias que se adequam bem a estes objetivos. Podendo ser formados em Escolas, em Universidades, Bibliotecas, ou mesmo fora dos espaços formais da Educação, como em livrarias e sebos, estas associações têm um grande valor no sentido de manter vivo o contato com a leitura, bem como de enriquecer as relações sociais.
Como fazer para estruturar um Clube de Leituras? Estes agrupamentos podem ser formados por iniciativas institucionais, como no caso de Escolas e Universidades, que podem reservar um horário e um espaço para que os encontros aconteçam, e determinar as diretrizes para as atividades que ali irão ocorrer, designando um professor ou um monitor que possa coordenar os trabalhos. Mas há a possibilidade, ainda, de os próprios leitores se mobilizarem para dar início às atividades de um Clube de Leituras, que pode ter seus encontros sediados em cafés, nas casas dos membros ou em locais públicos (praças, parques, etc).
O funcionamento de um Clube de Leituras pode variar um pouco, mas no geral a estrutura básica pode ser esta: em um primeiro encontro, os membros devem levar uma sugestão de leitura para o mês que se seguirá. Assim, depois que cada um fizer sua indicação, os membros devem votar e escolher um dos livros para ser o alvo das conversas no próximo encontro, marcado para o mês seguinte. A partir daí, a cada encontro a estrutura fica mantida: um primeiro momento de interação, seguido das conversas e trocas de impressões sobre a leitura escolhida, e por fim a indicação e a votação de uma nova leitura para o próximo mês.
No caso da estrutura apresentada acima, em geral, os Clubes de Leituras têm um grupo fixo e determinado de participantes (que podem ser convidados pelos participantes antigos, dentro de um número pré-determinado; ou ainda o grupo de uma sala de aula), para que eles criem um bom entrosamento, a fim de que se sintam confortáveis na expressão de suas opiniões sobre a leitura feita, e para que os diálogos fluam tranquilamente. Mas quando os Clubes de Leituras forem montados em Bibliotecas, por exemplo, existe a possibilidade de uma variação: pode ser anunciado previamente o livro a ser discutido, mas a sessão pode ser aberta, com um convidado como condutor das análises, e participação liberada para aqueles que também leram o livro e queiram dar sua opinião.
Os encontros (e os próprios Clubes de Leitura) também podem ser temáticos: se o grupo de membros tem mais afinidade ou interesse por um determinado tema, podem restringir as leituras que farão conjuntamente para aquele campo literário, para que as discussões sejam ainda mais proveitosas.
Liberdade de opinião deve ser, não obstante, a marca de associações com estas: tanto no que se refere aos diagnósticos e às impressões das leituras feitas, quanto nas possibilidades de indicações de livros para o grupo. Nenhum cerceamento deve ocorrer, já que o objetivo primeiro é o de manter vivo o interesse pela leitura. Assim, desde os grandes clássicos até os romances de grandes vendagens da literatura contemporânea, passando por biografias, relatos de viagens, temas históricos, etc, qualquer leitura deve ser considerada válida e digna de uma boa conversa entre os amigos. O que conta mesmo é o contato com o livro, e a troca de experiências entre os leitores!
Professores, biblioterários, ou mesmo leitores independentes podem tomar a iniciativa de montar um Clube de Leituras e, assim, construir um bom espaço de convivência literária, uma forma diferente e rica de buscar novos conhecimentos!
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Ivan Bilheiro é Licenciado em História pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES/JF), bacharel em Filosofia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), instituição na qual cursa a licenciatura na área. Especialista em Filosofia pela Universidade Gama Filho (UGF) e pós-graduando em Ciência da Religião pela UFJF.
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