sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Eleições: Sindicalistas devem chamar atenção para ameaça trabalhista

A reforma trabalhista do presidente interino Michel Temer, que ameaça direitos do trabalhador, pode ser decisiva para os candidatos da frente sindical que concorrem às eleições municipais deste ano. Para Antônio Augusto de Queiroz, diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), cabe às centrais de trabalhadores e sindicatos traduzir os riscos da reforma à população trabalhadora, incluinda a prevista para a Previdência Social.

Railidia Carvalho

Toninho afirmou ainda que a “voracidade do governo Temer que está a serviço do mercado” facilita a denúncia do movimento sindical.

Entre os ataques ao trabalhador, Toninho citou o prejuízo àqueles que já contribuem com a previdência e que podem ter que se adaptar às mesmas regras de quem ingressou hoje no mercado de trabalho.

“Isso é um absurdo. A menos que a pessoa seja muito alienada ela não vai aceitar isso em hipótese nenhuma. Nenhum trabalhador vai permitir que forças, sejam elas quais forem, aprovem matérias que retirem direitos”, completou Toninho.

Negociar direitos assegurados

No campo dos direitos assegurados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), Temer prega que a negociação coletiva prevaleça e direitos como 13º, Férias, Salário-Mínimo, que estão na lei, voltem para a mesa de negociação.

“Quando se retira um direito do trabalhador é para dar lucro para o patrão. A diferença é que pra você é de natureza alimentar e para o patrão não. É para lucro. Ele não precisa daquilo pra sobreviver. Então você vai tirar de quem precisa e fazer uma transferência de renda às avessas”, avaliou Toninho.

Para ele o êxito da campanha do movimento sindical vai exigir menos slogan e um discurso mais didático. “O que está acontecendo é que essa reforma quer tirar direitos como férias, 13º , FGTS, tudo está sujeito a ser retirado. Para explicar isso a abordagem precisa ser didática”, explicou.

Criminalização da política

Na opinião de Toninho, os dirigentes sindicais em campanha também vão enfrentar um eleitor desconfiado com a política. Segundo ele, a grande imprensa ganhou o debate em criminalizar a política e os gestores públicos.

“Isso vai exigir paciência, um esforço adicional trazendo uma abordagem muito didática para convencer o pessoal a participar do processo das eleições e mostrar que as forças de esquerda são determinantes para avançar em momentos de bonança e evitar retrocesso em momento de dificuldade”, analisou.

Toninho apontou entre os equívocos a falta de prioridade nos últimos anos para que fossem eleitos representantes do movimento sindical. “Além disso, falhamos também na formação política enquanto a direita estava se preparando para nos acusar do que nos acusam”, observou.

Vermelho


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