Camila Nogueira
São Paulo, representado no quadro do pintor Rafael
São Paulo, um dos homens que difundiram o Cristianismo no mundo, foi responsável por muitos dos escritos do Novo Testamento. Uma de suas reflexões mais belas relaciona-se ao amor. Por causa dela o escolhemos como novo entrevistado em nossas Conversas com Escritores Mortos.
Vossa Santidade, um dos pilares da Igreja Católica é o amor ao próximo, não é mesmo? Qual a sua visão sobre ele?
Se eu falasse todas as línguas, as dos homens e as dos anjos, mas não tivesse amor, seria como um bronze que soa ou um címbalo que retine. Se eu tivesse o dom da profecia, se conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, se tivesse toda a fé, a ponto de remover montanhas, mas não tivesse amor, nada seria. Se eu gastasse todos os meus bens no sustento dos pobres e até me fizesse escravo, para me gloriar, mas não tivesse amor, de nada me aproveitaria.
Belas palavras, Vossa Santidade. Quais as características do amor?
O amor é paciente, é benéfico; não é invejoso, não é presunçoso nem se incha de orgulho; não faz nada de vergonhoso, não é interesseiro, não se encoleriza, não se alegra com a injustiça, mas fica alegre com a verdade. Ele desculpa tudo, crê tudo, espera tudo, suporta tudo. O amor jamais acabará.
Hmmm…
As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência desaparecerá. Com efeito, o nosso conhecimento é limitado, como também é limitado nosso profetizar. Mas quando vier o que é perfeito, desaparecerá o que é imperfeito.
Vossa Santidade sempre pensou dessa forma?
Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Quando me tornei adulto, rejeitei o que era próprio de criança. Agora nós vemos num espelho, confusamente, mas, então veremos face a face. Agora conheço apenas em parte, mas, então, conhecerei completamente, como sou conhecido. Atualmente permanecem estas três: a fé, a esperança, o amor. Mas a maior delas é o amor.
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