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• Os comunistas "de esquerda" da Alemanha afirmavam que era preciso "rejeitar de modo categórico todo retorno aos métodos parlamentares de luta, que já caducara histórica e politicamente".
• Para Lênin, também, o parlamentarismo caducou historicamente, ou seja, caducou do ponto de vista histórico-universal, como caducou o capitalismo enquanto regime social. Mas ele não caducou do ponto de vista político-prático na maioria dos países.
• "Na história universal, afirma Lênin, o tempo é contado por décadas. Neste terreno dez ou vinte anos a mais ou a menos não têm importância (...) Por isso, utilizar-se do critério da história universal para uma questão de política prática constitui o mais gritante erro teórico". Não devemos julgar que "o caduco para nós tenha caducado para a classe ou para massa".
• O autor crítica os esquerdistas da Alemanha por confundirem os seus desejos com a realidade objetiva. Este seria "o mais perigoso dos erros para os revolucionários".
• Contra os esquerdistas Lênin alerta para necessidade de mesmo nos períodos de ascenso revolucionário saber "combinar a ação de massas fora do parlamento reacionário com um oposição simpatizante da revolução (...) dentro desse parlamento"
• Um exemplo: Uma demonstração da justeza da tática bolchevique foi a sua participação nas eleições da Assembléia Constituinte de 1917 e depois a defesa de sua dissolução A dissolução só ocorreu quando estava claro para as massas operárias do caráter reacionário daquele parlamento e a superioridade dos sovietes. Ou seja, mesmo imediatamente após a tomada do poder pelos bolcheviques o parlamentarismo burguês não estava caduco para amplas massas do povo que ainda deveria de passar, por algum tempo, pela experiência de um duplo poder.
• Portanto a verdadeira crítica deveria ser endereçada "não contra o parlamentarismo ou a ação parlamentar, mas sim contra os chefes que não sabem utilizar as eleições e a tribuna parlamentares de modo revolucionário, comunista."
• Lênin, ao defender a importância da luta parlamentar, não a absolutiza e afirma que "a ação das massas (...) é sempre mais importante que a ação parlamentar, e não só durante a revolução ou numa situação revolucionária". A ação parlamentar se subordina à revolução das massas e não ao contrário.
• Para refletir: A história política recente colocou a esquerda brasileira diante de um dilema: participar ou não do colégio eleitoral. Algumas correntes afirmavam que os deputados de oposição não deveriam participar do colégio eleitoral por ser um órgão reacionário, ilegítimo, criado pela ditadura. Mesmo que essa não participação pudesse significar a vitória do representante desta mesma ditadura: Paulo Maluf. Os comunistas brasileiros defenderam atuar no parlamento reacionário e travar a batalha dentro daquele colégio eleitoral. A ditadura militar foi derrotada no terreno que ela mesmo havia preparado para se perpetuar. Qual teria sido o futuro da "transição democrática" com a vitória do malufismo?
Extrato de : Esquerdismo, Doença Infantil do Comunismo - Vladimir Lênin
PC do B
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