Estudo sobre o assunto será divulgado hoje (23) em São Paulo, em evento na Câmara Municipal.
São Paulo perde 4.655 vidas por ano por causa da poluição do ar, que acarreta de doenças cardiorrespiratórias a câncer do pulmão. O número é três vezes maior do que o de mortes causadas por acidente de trânsito (1.556) no mesmo período. No estado paulista, as mortes por poluição chegam a 15 mil.
Os resultados estão na pesquisa “Avaliação do impacto da poluição atmosférica sob a visão da saúde no Estado de São Paulo”, de autoria da médica Evangelina Vormittag, presidente do Instituto Saúde e Sustentabilidade. O trabalho será apresentado hoje (23) durante seminário no Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo. O estudo contou com a participação dos professores Paulo Saldiva, da Faculdade de Medicina da USP e sua equipe, e Cristina Guimarães Rodrigues, da Faculdade de Economia e Administração da USP.
O excesso de veículos, que causa enormes congestionamentos, agrava o problema: 95% da poluição atmosférica é provocada pelos veículos movidos a combustíveis fósseis. A amostragem inclui informações coletadas de 2006 a 2011, que foram analisadas e comparadas com os níveis considerados seguros pela Organização Mundial da Saúde.
“No corpo humano, essa partícula tem efeitos causadores de doenças respiratórias, doenças isquêmicas cardiovasculares e cerebrovasculares e câncer de pulmão”, diz Evangelina, em texto enviado à imprensa.
Se nada mudar, a poluição por material particulado e ozônio será, até 2050, a principal causa de morte no mundo relacionada ao meio ambiente – segundo relatório de 2012 da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em 2011, a poluição atmosférica foi responsável pela morte de 2 milhões de pessoas no mundo (65% na Ásia), um crescimento mais de 200% acima ao registrado dez antes, quando o número era de 800 mil. A Europa registra 310 mil mortes prematuras por ano devido à poluição, com um custo entre 427 e 790 bilhões de euros.
Entre as doenças relacionadas à má qualidade do ar estão arritmias e infarto agudo do miocárdio, bronquite crônica e asma, pneumonia, câncer de pulmão e até mesmo depressão.
No Brasil, com a inspeção veicular aplicada em dez anos, evita-se a morte de 156 mil pessoas e gastos públicos na ordem U$ 212 milhões. Caso todos os ônibus a diesel passassem a usar etanol, haveria redução de 4.588 casos de internação hospitalares e 745 casos de morte por ano, o que equivale à diminuição dos gastos públicos em U$ 1,4 bilhão por ano.
Envolverde
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