Indagada sobre o flerte com legendas da oposição, deputada espera que Eduardo Campos não coloque a postulação à Presidência acima da identidade política. Erundina crítica aproximação de Eduardo e o PSB com os Bornhauser
Uma das principais vozes do PSB de São Paulo em favor de uma candidatura presidencial do governador Eduardo Campos, a deputada federal Luiza Erundina disse ontem, durante seminário no Recife, que espera que o líder socialista não coloque sua postulação acima da sua identidade política. “Sou uma entusiasta da candidatura de Eduardo. Gostaria muito que ele viabilizasse a sua candidatura, mas não a qualquer preço, não por meio de coligações que estão muito à direita”, cravou a socialista.
Erundina fez críticas à aproximação de Eduardo com a família Bornhausen, de Santa Catarina. “Eles representam um grupo político que tem uma raiz ideológica muito distante da nossa”, colocou. Na última sexta (30), Eduardo Campos esteve em Florianópolis para prestigiar a posse de Paulo Bornhausen no comando do diretório catarinense do PSB. Bornhausen trocou o PSD pelo PSB após o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), declarar apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).
Para Eduardo, que é presidente nacional do partido, a filiação do filho do ex-senador Jorge Bornhausen – que comandou o antigo PFL (hoje DEM) – é uma forma de reforçar seu projeto presidencial no Estado do Sul do País.
“Tenho muito carinho por Eduardo. Acho que ele tem um potencial enorme, tanto por sua capacidade administrativa como de articulação política. Ele tem carisma, tem juventude”, elogiou Erundina.
Em São Paulo, porém, diante da aliança local entre o PSB e o PSDB, o mais provável é que se formem dois palanques socialistas para abrigar as candidaturas presidenciais de Eduardo e do senador Aécio Neves (PSDB). “Eu lamento muito isso. Acho que é esquisito, mas são os condicionamentos do nosso sistema eleitoral. Lá, o PSB tem um alinhamento quase automático ao governador Geraldo Alckmin”, ponderou Erundina.
A deputada, no entanto, demonstra disposição de trabalhar pela candidatura de Eduardo. “Vou ajudar no que eu puder. Porém, sou apenas uma, não tenho força política determinante no partido”, afirmou.
Aliança com PSDB
Sobre a eventual aliança com o PSDB em 2014, Erundina se mostra contrária num primeiro momento. “Acho que tanto Eduardo quanto Aécio podem ser candidatos com forte apelo, mas, em uma eleição com dois turnos, o primeiro momento é o de cada candidato colocar-se com sua identidade, seus compromissos, sua história”, disse.
Para a deputada, o principal obstáculo no caminho da candidatura de Eduardo Campos são os condicionamentos do sistema eleitoral. “Tenho uma postura muito crítica em relação ao sistema político e partidário brasileiro. A lógica que prevalece acaba por nivelar todos os partidos. São partidos demais e poucos projetos políticos, somente siglas sem identidade. Mas esse, infelizmente, é o cenário em que temos que nos mover por agora”, concluiu.
Uma veia de utopia
Para a deputada, o principal obstáculo no caminho da candidatura de Eduardo Campos são os condicionamentos do sistema eleitoral. “Tenho uma postura muito crítica em relação ao sistema político e partidário brasileiro. A lógica que prevalece acaba por nivelar todos os partidos. São partidos demais e poucos projetos políticos, somente siglas sem identidade. Mas esse, infelizmente, é o cenário em que temos que nos mover por agora”, concluiu.
Uma veia de utopia
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