O Facebook tirou do ar nesta sexta-feira (15) o perfil do vigário episcopal da Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo Julio Lancellotti. O padre diz achar "estranho" a suspensão de seu perfil, já que publica críticas às ações de repressão por parte da Prefeitura de São Paulo e do governo do Estado contra sem-teto.
Júnior Carvalho
Nos últimos dias, Julio vinha denunciando, por meio de textos e imagens, supostos abusos de poder por parte de policiais militares e da GCM (Guarda Civil Metropolitana) para enfrentar à violência e ao tráfico na região central da cidade. No Facebook, o padre também explicitava repúdio a ação da guarda civil de levar os pertences dos sem-teto, chamada por ele de "rapa". Campanha contrária foi organizada pela Casa de Oração do Povo da Rua por meio de fotos.
"Eu não sei o motivo (do perfil ter saído do ar). A última publicação que fiz foi de uma foto de um rapaz ferido em uma das ações na Cracolândia. Talvez tenham encarado a foto como violenta", disse o vigário. Julio Lancellotti afirmou que frequentemente lida com publicações suas classificadas como spam (lixo eletrônico). "Não sei se tem a ver (com a postura crítica nas redes sociais), mas é estranho", ressalta.
Em entrevista recente ao Paulistana, Julio Lancellotti falou que vê pouca ação da prefeitura para auxiliar na sobrevivência dos sem-teto no inverno, em junho, e que a administração paulistana é "extremamente intolerante e higienista".
A página no Facebook "Observatório do Povo da Rua" disse que compartilhou a foto mencionada por Lancellotti, mas teve a publicação apagada logo depois. Segundo ela, o mesmo teria acontecido com as páginas "Pastoral Carcerária da CNBB" e "Ong Mães de Maio".
O vigário afirma que é informado que seu perfil foi desativado por não respeitar a política de normas da rede social, quando tenta acessá-lo. O perfil já vinha publicando recentemente vídeos sem a sua autorização, sem que o padre soubesse o motivo.
Procurada pelo Paulistana, a assessoria de imprensa do Facebook não havia se manifestado sobre o ocorrido até a publicação desta reportagem.
Igrejapaulistana.com
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