domingo, 31 de maio de 2015

Centrais sindicais e movimentos sociais caminham juntos na Paraíba: o saldo positivo imediato da Manifestação contra a Terceirização


Professores e servidores paralisam atividades na PB contra terceirização. Categorias aderiram ao Dia Nacional de Mobilização contra a terceirização. Várias escolas da rede estadual amanheceram com as portas fechadas.

Do G1 PB

Servidores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e professores da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), da rede estadual de ensino e da rede municipal de João Pessoa e Campina Grande paralisam as atividades nesta sexta-feira (29) na Paraíba, em adesão o Dia Nacional de Mobilização contra a terceirização. Também durante a manhã, sindicatos realizaram um protesto no Centro de João Pessoa, saindo em caminhada do Parque Solon de Lucena até a Praça dos Três Poderes.

A estimativa dos organizadores é de que 800 pessoas tenham participado da caminhada. A Polícia Militar calcula 300 pessoas.

Na Paraíba, a manifestação foi convocada pela Central Única dos Trabalhadores e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, em conjunto com os sindicatos das categorias.

Na rede estadual de ensino, a estimativa é que a paralisação atinja cerca de 70% das unidades educacionais, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Paraíba (Sintep). Por sua vez, os sindicatos representativos das redes municipais de João Pessoa e Campina Grande ainda não têm estimativa da adesão.

A Secretaria de Estado da Educação (SEE) ainda está fazendo um levantamento, mas a informação preliminar é de que "poucas escolas aderiram ao movimento". O diretor de Gestão Curricular da Secretaria de Educação e Cultura de João Pessoa, Gilberto Cruz, informou que apenas 16 das 95 escolas da capital fecharam nesta sexta-feira.

Já a estimativa do Sindicato dos Trabalhadores da ECT na Paraíba (Sintect-PB) é de que todas as entregas de correspondências sejam suspensas nesta sexta-feira. Segundo a assessoria da ECT, 191 carteiros paralisaram as atividades na Paraíba, sendo 105 em João Pessoa, 51 em Campina Grande e os demais em Santa Rita (8), Patos (6), Cajazeiras (10), Guarabira (4), Sapé (5) e Sousa (2). Em João Pessoa, o efetivo é de 248 carteiros. Na Paraíba, são 683 carteiros. Por conta da paralisação, a distribuição de objetos normais, ou seja, de cartas, foi parcialmente afetada, ainda de acordo com a empresa.

Ações
A Central Única dos Trabalhadores (CUT-PB), em conjunto com outras entidades, realiza um café da manhã na entrada do Porto de Cabedelo, na Grande João Pessoa. Segundo o presidente da CUT na Paraíba, Paulo Marcelo, os operadores portoviários pararam por cerca de duas horas.

Após o primeiro ato, houve mobilização também na capital. Os manifestantes começaram a se aglomerar por volta das 9h30, no Parque Solon de Lucena, no Centro da cidade, de onde saíram em caminhada, por volta das 11h, até a Praça dos Três Poderes, também no Centro. A manifestação terminou por volta de 12h.

"Estamos unidos contra o PL da terceirização, que visa somente a redução de custos dos empresário. Os terceirizados ganham em média 30% menos e trabalham três horas a mais. Temos um exemplo no México em que um projeto semelhante foi aprovado e 84% dos bancários foram substituídos por terceirizados. Somos contra o ajuste fiscal e contra a precarização dos direitos dos trabalhadores", afirmou o secretário de Finanças da CUT na Paraíba e presidente do Sindicato dos Bancários do estado, Marcos Henriques.

Antônio Erivaldo Henriques de Sousa, presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores, também falou sobe a manifestação. "É uma demonstração singular de união dos trabalhadores. Essa união atende a uma reunião feita com as principais centrais sindicais que ocorreu em São Paulo. CUT, CTB, Nova Central e Conlutas estão marchando juntos, em todos os estados da federação, para defender os direitos dos trabalhadores, contra a terceirização ilimitada e as medidas provisórias 6664 e 6665 que afetam diretamente os trabalhadores. Defendemos a democracia e as políticas públicas que beneficiem os trabalhadores", disse.

Em Campina Grande, professores da UFCG fizeram uma caminhada dentro do campus. "É inadmissível essa precariedade dos trabalhadores. Somos contra a PL 4330 e reivindicamos um reajuste salarial de 27%. São nossos direitos e somos contra qualquer medida que prejudique os trabalhadores", comentou a professora Ligia Barros, que participou da manifestação.

G1 Paraíba

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