Automóveis – paixão e crítica
Os automóveis despertam paixão, mas quando estímulos à indústria entram em foco não faltam críticas. O segmento, com vasta cadeia produtiva e parcela importante nos financiamentos bancários, será novamente contemplado com medidas que devem incentivar as vendas de veículos. E a preocupação do governo produz reações. O leitor Erick Cardoso escreve no site do Valor que o estímulo ao consumo de automóveis deve acompanhar a evolução da infraestrutura rodoviária nas regiões metropolitanas, onde a renda está concentrada. “Paralelamente, o transporte público deve concorrer com os veículos particulares, na preferência de locomoção dos usuários”, lembra.
João Guilherme, estudante de Economia da PUC-Minas, defende que as medidas macroprudenciais quebrassem a estrutura abusiva de preços e financiamentos que existe no Brasil. Ele relata que pretende comprar uma moto que custa R$ 40 mil aqui, mas, nos Estados Unidos, custa US$ 12 mil. “Isso nos mostra como aqui no Brasil a taxa de lucro é alta. Se eu quiser financiar a moto vou pagar o preço de duas motos”, completa.
Os leitores Felipe e Luiz Gustavo Oliveira consideram que o governo se rende ao forte lobby das montadoras. “Desde a década de 50, a indústria automobilística no Brasil é sucessivamente incentivada com pouquíssima contrapartida”, afirma Oliveira. Para Felipe, “o governo se entrega fácil ao lobby das montadoras talvez porque haverá eleições municipais e o PT necessitará de doações para campanhas políticas nas regiões das indústrias automobilísticas, principalmente no ABC paulista”.
A leitora Mariana questiona qual governo já não se entregou ao lobby das montadoras. E acrescenta: “Já que o governo quer dar incentivo ao setor automotivo, que pelo menos desse um estímulo à fabricação de veículos genuinamente nacionais, para ficar mais acessível ao brasileiro, e para que o mesmo pare de ser extorquido com os preços praticados aqui no Brasil.”
O Valor
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