quarta-feira, 31 de outubro de 2012

MPF pede intervenção da Força Nacional de Saúde na Paraíba




MPF quer que estado declare situação de emergência na saúde. 

Secretário de Saúde do Estado disse que não concorda com a medida.



O Ministério Público Federal recomendou nesta quinta-feira (25) a intervenção da Força Nacional de Saúde na Paraíba. De acordo com a assessoria, o MPF pede ainda que a Paraíba declare situação de emergência em saúde pública por desassistência à população. 


Em primeiro momento, o MPF solicita que a Força Nacional de Saúde supra as dificuldades encontradas no Hospital Infantil Arlinda Marques, sendo posteriormente ampliada para atender toda a demanda decorrente da suspensão dos trabalhos das cooperativas de saúde no estado. 

O MPF também pede ao Ministério da Saúde que envie à Paraíba, em dez dias, equipe para avaliar a situação do SUS, resultante da suspensão do trabalho prestado pelas cooperativas, e apresentar a demanda a ser suprida pela Força Nacional do SUS, de sorte a normalizar a prestação dos serviços.

O Secretário de Saúde da Paraíba, Waldson Sousa, informou ao G1 que não vai permitir essa intervenção. "O Ministério Público quer demostrar uma situação de caos e essa não é a realidade. Em momentos de situação mais caóticos, como no caso do Hospital de Trauma, essa medida não foi tomada", disse. O secretário afirmou ainda que essa possível intervenção não resolveria o problema e que todas as medidas estão sendo tomadas para solucionar a falta de médicos, como a seleção para contratação de médicos lançada pelo governo.

Duciran Farena, procurador regional dos direitos do cidadão do MPF, ressaltou que o envio da Força Nacional do SUS não implica em premiar a irresponsabilidade dos gestores, nem tampouco castigar médicos cooperados. “O propósito deve ser unicamente garantir o atendimento da população, o que o estado não foi capaz de fazer. Os causadores desse desatendimento sempre poderão ser responsabilizados”, afirmou.

Ainda de acordo com Duciran Farena, “o próprio estado da Paraíba reconhece a gravidade da situação, afirmando que a população ficará desassistida em suas tentativas derradeiras de reverter a proibição judicial. No entanto, jamais permitirá a declaração do estado de emergência médica por desassistência à população, que exige que o próprio ente público tome a iniciativa. Assim, recomendamos ao Ministério da Saúde que faça esta declaração, pois a população não pode ficar à mercê de quem foi o grande responsável pelo caos atual”.

As cooperativas prestavam serviços de saúde por meio de seus filiados ao estado, em especialidades de média e alta complexidade, como cirurgia, anestesia, segundo o MPF.
Ainda de acordo com o MPF, essa modalidade de terceirização foi proibida pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), em ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho, cuja decisão transitou em julgado, determinando o afastamento dos médicos cooperados desde o dia 23 de outubro de 2012. 
O MPF esclareçe ainda que, embora alertada, há mais de um ano, sobre a impossibilidade da manutenção dos contratos com as cooperativas médicas, tanto pelo procurador da República Duciran Farena, quanto pelo Ministério Público do Trabalho e outras entidades - como o Conselho Regional de Medicina, a Secretaria de Saúde da Paraíba nada diligenciou no sentido de realizar concurso ou qualquer outra providência para minorar os efeitos daquilo que já se apresentava como inevitável. O estado da Paraíba apenas socorreu-se de recursos judiciais, que foram agora definitivamente repelidos. 

G1

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