segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Estamos mais velhos
População brasileira acima dos 80 cresce 70% nos últimos dez anos. O Brasil possui 21 milhões de pessoas com mais de 60 anos, sendo que 3 milhões estão acima dos 80 anos.
Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul são os Estados com maior percentual de idosos, com 14,9% e 13,5%, respectivamente. Em Mato Grosso, existem 164.284 pessoas com idade acima dos 60 anos.
No entanto, não estamos preparados, nem estruturalmente, nem culturalmente para conviver com essa mudança de perfil demográfico. Nossos idosos enfrentam problemas que vão desde um simples deslocamento até a falta de atendimento médico adequado.
Nossas cidades são completamente despreparadas para a circulação de pessoas com dificuldades de locomoção. Quem caminha lentamente e não tem mais tanta firmeza nas pernas tem que conviver com falta de calçadas, pisos irregulares e quebrados, buracos de toda sorte e tamanho, obstáculos diversos. Isso sem falar no transporte coletivo que, salvo raras exceções, atendem essa população que acumula mais experiência. Ônibus muito altos, poucos lugares destinados exclusivamente aos idosos. Além disso, a maioria dos motoristas e cobradores não é devidamente capacitada para atender a essa clientela. Muitas vezes não param, arrancam bruscamente, dirigem de forma agressiva e, normalmente, não são nada gentis.
Em termos de políticas públicas, temos muito poucos projetos destinados a essa população. A falta de atividades diferenciadas que ocupem o tempo e a cabeça do idoso contribui para piorar ainda mais o quadro. Sem apoio e sem atenção, muitos acabam ficando deprimidos, doentes e precisam ainda mais de cuidados, gerando o círculo vicioso sem fim.
Em média, o idoso brasileiro visita o médico 9 vezes por ano, enquanto a média entre os mais novos é de 5 vezes, e usa três vezes mais prescrições de medicamentos do que os jovens. Um reflexo de toda essa situação.
Comportamentalmente, também temos problemas crônicos e tão graves quanto os estruturais. Nossa cultura não valoriza, nem respeita os mais velhos. Eles são como fardos na vida de filhos, netos e parentes mais novos. Não reconhecemos o idoso como alguém que acumulou experiência e que tem muito a passar às novas gerações.
Gazeta Digital
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