Trabalho Escravo na Paraíba ?

Procurador quer escolas ensinando proteção contra trabalho escravo

O procurador do Trabalho Paulo Germano propôs a realização de cursos, por parte do Ministério Público do Trabalho na Paraíba e Superintendência Regional do Emprego, para capacitar professores municipais de Juripiranga no combate ao trabalho análogo ao de escravos. “Uma boa educação é a base para a prevenção”, argumentou o procurador, durante audiência pública para discutir o assunto, dentro da programação da Semana Nacional de Combate ao Aliciamento de Trabalhadores e Prevenção do Trabalho Escravo, promovida pela Procuradoria do Trabalho no Município de Campina Grande. A ideia, segundo o procurador, pode ser estendida a outros municípios.

A audiência, dirigida principalmente a trabalhadores rurais, teve por objetivo orientar a categoria sobre os perigos do aliciamento por parte dos chamados “gatos”, que são contratados por fazendeiros de outras regiões para arregimentarem mão-de-obra barata. Segundo alertou o procurador do Trabalho, muitas vezes os trabalhadores aliciados ficam em condições análogas ao de escravos, ou seja, sem alojamento adequado, água potável, alimentação suficiente, sujeitos a constantes perigos e com dívidas impagáveis junto aos próprios fazendeiros.

“É a chamada servidão por dívida. O trabalhador já chega ao local de trabalho devendo os custos da viagem. Além disso, compram os alimentos a preços altos na quitanda do fazendeiro, instalada no acampamento de trabalho. No final do mês, acabam devendo mais do que ganham”, alertou.

Ele informou que o MPT, ao lado do Ministério do Trabalho e Emprego e Polícia Federal, vem realizando forças-tarefas em vários Estados para coibir o trabalho escravo, já tendo aplicado multas e indenizações em várias empresas rurais. O procurador também alertou para a existência do trabalho análogo ao de escravos na zona urbana das grandes cidades.

Também participaram da audiência pública, realizada no Centro Recreativo Municipal de Juripiranga, o prefeito Antônio Maroja Guedes Filho; o representante da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego,, Dante Viana; o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag), Liberalino Ferreira, além de representantes da Contag, Secretaria de Desenvolvimento Urbano e presidentes de sindicatos de trabalhadores rurais

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