terça-feira, 10 de agosto de 2010

Apedrejar, jogar ácido, espancar, mutilar



A campanha contra o apedrejamento de Sakineh Ashtiani, acusada de adultério e condenada à morte no Irã, me puxou à memória a situação das mulheres naquele canto do mundo. Não vou descer o sarrafo sobre o caso do apedrejamento – para isso leiam o blog Viva Mulher. Mas quem gosta de um relativismo cultural levado às ultimas consequências que me perdoe, mas isso é barbárie pura.

Quando estive ali do lado, no Paquistão, anos atrás, havia um julgamento em curso na Justiça contra um homem que jogou ácido no rosto de uma mulher na rua porque ele estava descoberto, o que contrariava as interpretações islâmicas radicais. Não consegui saber se ele foi condenado ou absolvido – sim, é absurdo, mas havia o debate público do que fazer diante da situação.

Militantes de organizações sociais de lá me desfiaram um rosário de casos piores que este, boa parte relativo à incapacidade masculina de lidar com a frustração ao ser questionado por não controlar sua “propriedade”, tudo justificado por leituras enviesadas de textos sagrados.

Mas como é um país aliado na guerra santa contra o terror, não tem problema. Pode jogar ácido, matar a filha porque olhou de lado, mutilar a mulher porque respondeu de forma atravessada, quiçá ser perdoado por tudo isso, e o mundo não fica sabendo.

Ignorar essas coisas é um pequeno custo que se paga para garantir que a máquina de guerra norte-americana continue funcionando e o American Way of Life siga sua glória.



Sakamoto

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