“O que distingue a extrema-direita hoje no Brasil é quase que mais uma agenda de costumes do que uma agenda política”, afirmou. “A extrema-direita está se distinguindo do restante por um ódio cabal aos direitos humanos.”
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Ao se referir ao quadro partidário e ao Congresso, disse que não existem evidências de ação de grupos de extrema-esquerda no atual momento político. A extrema-direita, no entanto, estaria presente em vários partidos, destacando-se com ataques à liberdade de costumes.
“Atacam o homossexual, a igualdade de gênero, os direitos das mulheres, e por aí. Tudo isso tem um alcance muito grande no Brasil”, assinalou.
Ao atacarem condutas diferentes, os grupos políticos de extrema-direita estariam ganhando o apoio e se articulando com correntes políticas evangélicas, sobretudo neopentecostais. “Isso está criando uma situação potencialmente perigosa”, afirmou. “Na Câmara, um deputado está propondo uma PEC na qual se diz que todo poder não emana do povo, mas de Deus. Não vai passar, mas é um sinal da loucura que está por aí.”
Ainda sobre os riscos potenciais da ação da extrema-direita, Janine observou: “O perigoso no Brasil, de certa forma, é a extrema-direita ir se aproximando da direita e contaminando, a ponto de seu apoio se tornar essencial.”
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Ele também disse: “Estamos tendo no Brasil uma tolerância, que é grande, com condutas antidemocráticas que deveriam ser tipificadas como criminosas… Pregar a volta dos militares deveria ser crime, deveria levar a pessoa para a cadeia. Vários países da Europa criminalizaram a pregação nazista. Nós – que tivemos uma ditadura militar – deveríamos criminalizar a pregação da ditadura.”
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Diário do Centro do Mundo
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