segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

“Militantes de teclado” e intelectuais públicos


Oposição social na era da Internet


Os “activistas de teclado” não arriscam nada e pouco realizam. O intelectual público faz a ligação entre o descontentamento dos indivíduos e o activismo social da colectividade
Por James Petras, Global Research

A relação entre as tecnologias da informação, e mais precisamente a internet, com a política é uma questão central para os movimentos sociais contemporâneos. Tal como outros avanços tecnológicos no passado, as tecnologias da informação (TI) servem um duplo propósito: por um lado contribuem para acelerar os movimentos de capitais (sobretudo de capitais financeiros), facilitando uma globalização imperialista. Por outro, a internet fornece importantes fontes alternativas de análise, assim como uma forma fácil de comunicação, que pode servir para a mobilização dos movimentos populares.
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Comentários finais: “militantes de teclado” e intelectuais públicos
A oposição social é definida pela intervenção pública: pela presença das colectividades nos comícios políticos, pelos indivíduos que discursam em encontros públicos, por activistas que se manifestam em praças públicas, sindicalistas militantes que defrontam os patrões, pessoas pobres que exigem aos governantes locais para morar e serviços públicos…
Discursar activamente num comício público, formular ideias e programas, propor estratégias através da acção política, constitui o papel de um intelectual público. Sentar-se a uma secretária num escritório para, num esplêndido isolamento, enviar cinco manifestos por minuto define um “militante de teclado”. Esta é uma forma de pseudo-militância que separa as palavras dos actos. A “militância” de teclado é um acto de inacção verbal, de “activismo” inconsequente, uma revolução mental de faz-de-conta. A comunicação via internet torna-se um acto político quando se enquadra em movimentos sociais que desafiam o poder. Necessariamente, isto envolve riscos para um intelectual público: desde ataques policiais no espaço público até represálias económicas na esfera privada.
Os “activistas de teclado” não arriscam nada e pouco realizam. O intelectual público faz a ligação entre o descontentamento dos indivíduos e o activismo social da colectividade. O professor universitário vem ao local de acção, fala e regressa ao seu gabinete. O intelectual público fala e faz um compromisso pedagógico de longo termo com a oposição social na esfera pública, tanto através da internet como de frequentes encontros diários cara a cara.
Outras Palavras

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