terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Tetro: Realidade poética




Francis Ford Coppola comenta sobre seu novo filme, Tetro, que estreia dia 10 nos cinemas brasileiros

Érica Perazza

Ele diz que não faz filmes para ficar famoso ou ganhar dinheiro. E que, inclusive, prefere manter sua independência da indústria cinematográfica. Diretor de obras-primas como O Poderoso Chefão eApocalypse Now, o norte-americano Francis Ford Coppola, 71, conquistou a liberdade de escrever roteiros da maneira que deseja e com a voz que quer dar.

“Nos últimos vinte anos tive a sorte que o mundo se interessou por vinhos e assim pude bancar meus filmes”, disse ele em entrevista na FAAP, em São Paulo. Dono de uma vinícola em Nappa Valley, na Califórnia, e ainda de uma rede de hotéis, o cineasta revela que fazer filmes “sem tem que convencer alguém a patrociná-lo” é um sonho. Coppola diz sentir falta de boas idéias: “ultimamente, no cinema comercial, os filmes estão muito semelhantes entre si. E eu gosto de ser surpreendido. Gosto do cinema independente dos irmãos Coen”, confessa o diretor.

Durante a rápida visita ao Brasil, o cineasta comentou sobre a escolha das filmagens em Buenos Aires de seu mais novo longa, Tetro, que estreia dia 10 deste mês. “Sempre tive uma relação afetiva com a América Latina. Era um lugar para onde eu queria ir, um lugar inspirador em que a ficção é tradicional e que o mundo inteiro a admira”, diz ele, que também é dono do hotel Jardin Escondido, no bairro de Palermo Soho, na capital argentina.

Quase todo filmado em preto e branco – técnica usada também no filme O selvagem da motocicleta, de 1983 – o filme conta a história de Bennie (Alden Ehrenreich), um garoto que, prestes a completar 18 anos, vai a Buenos Aires em busca do irmão mais velho, Angelo, o Tetro (Vincent Gallo), desaparecido há mais de dez anos. Quando o encontra, se decepciona ao perceber que o irmão não é mais o mesmo de suas lembranças. O tema da família está muito presente em Tetro, como na maioria das obras de Coppola, mas é a arte que conduz a história com dança, música e teatro. “A arte nunca deve ser deixada em segundo plano. Entretenimento é importante, mas o cinema tem que ser divulgador de ideias antes de tudo”, defende.

Entre suas próximas realizações, Coppola está trabalhando com Val Kilmer, no thriller Twixt now and sunrise. Ele é responsável também pela produção de On The Road, filme baseado na obra de Jack Kerouac, com direção do brasileiro Walter Salles. O projeto estava guardado na gaveta da produtora há quase 30 anos. As gravações começaram em agosto deste ano e a estreia está prevista para novembro de 2011.

Revista Cult

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