As três mais importantes medidas econômicas anunciadas hoje (devolução de recursos do BNDES, fim do Fundo Soberano e apoio à abertura do pré-sal) revelam o grau de comprometimento com o sistema financeiro do governo PROVISÓRIO de Michel Temer. Aliás, não são atitudes, como já chamou a atenção Lula, de um governo provisório porque começam a mexer em setores que balizavam a estratégia de desenvolvimento do PT.
O Fundo Soberano não tinha tanta relevância em razão das reservas acumuladas de mais de 300 bilhões de dólares, mas é um aceno ao FMI e ao "mercado" que sempre criticaram essas iniciativas - a intenção é criar uma proteção contra ataques especulativos. Tiram do Fundo Soberano para jogar no poço sem fundo do pagamento da dívida pública.
No caso da devolução para o Tesouro dos recursos do BNDES significa que começou o desmonte da política industrial brasileira, uma restrição a qualquer possibilidade de, no futuro, os recursos do Banco serem usados para impulsionar, através da concessão de novos empréstimos, a atividade econômica. Serão R$ 100 bilhões de reais jogados no fosso do Tesouro para fazer superávit primário!
No caso da abertura do pré-sal essa bola já foi cantada mil vezes antes, e talvez seja essa a iniciativa que articule todas as outras e expresse com clareza as verdadeiras intenções do golpe. Anunciada logo após ter rolado a cabeça do homem de confiança de Michel Temer é um aceno de quem tem medo e por isso está com pressa, porque pode ser esse o único sustentáculo desse governo de destruição nacional.
Enfim, ao que parece, a intenção é mesmo agir como se fosse um governo eleito e permanente, mesmo que seja por apenas quatro meses. Pra criar o fato consumado.
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