sábado, 14 de maio de 2016

Novas perseguições contra ativistas do Rio


Ministério Público assume que promove vigilância política por meio de agentes infiltrados ilegais e faz pedidos de prisão bizarros contra advogada e estudante. Justiça rechaça petições

Por André Migues, no Mídia Coletiva

O advogado Marino D’Icarahy, conhecido no meio do ativismo carioca como “O Advogado do Povo” e defensor de 11 dos 23 ativistas perseguidos da Copa, publicou nas redes sociais texto em que denuncia o vigilantismo e a perseguição contra esses 23 ativistas políticos. Em mais um caso de abuso de autoridade e opressão, o Ministério Público do Rio de Janeiro, pediu a cassação da liberdade provisória de dois ativistas.

 
O estudante Igor Mendes, por ter participado de um debate na UERJ e a advogada Eloisa Samy, nesse caso uma situação gravíssima de cerceamento de direito, visto que a ativista teve sua prisão pedida apenas por exercer suas atribuições profissionais durante uma desocupação de moradores na comunidade do Metrô-Mangueira, situada na zona norte da cidade do Rio de Janeiro.

O vigilantismo é cada vez maior e mais explícito no Brasil. Ele faz parte de uma cultura policialesca e autoritária que está mais viva do que nunca, em ambiente bastante favorável, num Estado policial, em que o fascismo avança a passos largos. Com a telemática munida de tecnologia de ponta, com as redes sociais, os aparelhos repressivos do Estado dispõem de um aparato que distribuiu Centros Integrados de Comando e Controle em todas as capitais que sediaram jogos da Copa do Mundo, tudo financiado pela FIFA e pelo Capital. Só no Rio, são três. Mas também continua a velha prática da utilização de agentes disfarçados, que se misturam às pessoas em ambientes coletivos, infiltrados ilegais, P2, e arapongas de toda espécie.

O processo dos 23 está montado, primordialmente, com essas práticas. E a perseguição política é permanente. Os acusados estão sendo monitorados por policiais à paisana, a serviço do Ministério Público do Rio de Janeiro, e isto encontra-se estampado no 38º volume daquele famigerado processo. Há alguns meses, o acusado Igor Mendes participou de um debate público, na UERJ, onde havia agentes infiltrados, fotografando, filmando e gravando áudio. Eles foram identificados pela organização da atividade, mas, já tinham feito o trabalho sujo. Esse “levantamento” foi utilizado pelo Ministério Público para pedir ao Juiz do caso a decretação da prisão preventiva do acusado, por supostamente estar descumprindo a absurda medida cautelar imposta de proibir os acusados de frequentarem manifestações e protestos.

Com relação ao Igor Mendes, quebraram a cara, pois o próprio Juiz respondeu a eles informando que, quanto a Igor, Elisa e Karlayne, havia sido derrubada a tal medida cautelar inconstitucional. Não satisfeito, o mesmo Ministério Público, utilizando-se de monitoramento das redes e de protestos, pediu a prisão preventiva de outra acusada do mesmo processo, porque a mesma, esta sim, ainda não diretamente beneficiada pelo RHC que derrubou a cautelar, estaria presente nos episódios ocorridos em maio de 2015, por ocasião dos despejos do Metrô Mangueira. Ora! Ela lá estava sim, mais uma vez, na sua condição de advogada popular, buscando a garantia daquela população pobre e perseguida por esse Estado vândalo. Por certo isso ficará esclarecido e não se verificará o intento prisional. Mas, aqui, o que importa é a denúncia da comprovada e confessa perseguição política empreendida por uma atuação policialesca e condenável do Ministério Público do Rio de Janeiro, numa atuação à sombra, de campana, de vigilantismo barato, numa articulação que demonstra que a CEIV ainda vive na informalidade e no obscurantismo da atuação do Ministério Público do Rio de Janeiro contra a militância política classista, independente e combativa. Não passarão!” Marino D’ Icarahy.

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