domingo, 15 de maio de 2016
Erundina defende que salários de parlamentares passem por referendo popular
A deputada federal Luiza Erundina (Psol-SP) disse nesta sexta-feira (13) na Rede TV! que o país deveria adotar um referendo popular para que a população aprovasse o salário dos deputados e senadores. Em entrevista à jornalista Mariana Godoy, a deputada afirmou que tem um projeto propondo “que o reajuste e a definição dos honorários dos parlamentares a cada início de legislatura fossem submetidos a um referendo popular, porque quem paga o salário do parlamentar é o povo. Que se consulte através do referendo, que é um meio de democracia direta, e consta da Constituição Federal”.
Erundina comentou que na média do salário do brasileiro, o salário do parlamentar é um absurdo. Ela disse, no entanto, que as emendas parlamentares ao orçamento são o real interesse dos parlamentares que dão as costas para o povo. “Há muito mais do que isso, são as emendas parlamentares que eles usam como moeda de troca para apoios das próximas eleições, ou durante seus mandatos; o que enriquece o parlamentar não são os eventuais privilégios, e há muitos privilégios, não é isso o que os enriquece, é uma carreira que todos anseiam e pagam caro por ela porque o retorno é muito bom, muito grande”, afirmou.
Erundina explicou como funciona a dinâmica das emendas ao orçamento do governo. “Todo ano tem a lei orçamentária, e o dinheiro da emenda é destinado a uma grande obra, uma rodovia, e o superfaturamento? Os governadores e prefeitos também são obrigados a pagar porque também eles são corruptos. Grande parte deles se associa a essa prática de aceitar o superpreço de determinada obra de milhões. Quem não tem ética, não tem moral na condução da coisa pública enriquece em uma dessas obras. Basta uma obra para ele ficar rico.” E ainda afirmou: “O interesse do parlamentar não é pelos privilégios como parlamentar, é as vantagens debaixo do pano que ele aproveita para enriquecer e se enriquece em um mandato.”
As afirmações de Erundina foram feitas em meio à defesa de uma reforma política que corrija as distorções de representatividade que levaram à crise política atual. A deputada também disse que foi um ato de desobediência civil o que a motivou a ocupar a cadeira da presidência da Câmara, no afastamento do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na semana passada. “Eu quis fazer uma desobediência civil, para ver se acordava a sociedade para o que estava acontecendo naquela Casa. Foi um símbolo que a sociedade entendeu a razão porque nós ocupamos aquela cadeira; não é uma cadeira do Cunha, ou do Waldir Maranhão (PP-MA), ou de quem quer que seja, é uma cadeira da sociedade. Essa cadeira, lamentavelmente, muito poucas vezes tem sido ocupada por alguém que seja fiel aos compromissos com a sociedade e com o poder como missão a serviço da sociedade, e não como algo que alguém se apropria como se está fazendo hoje no Brasil”.
Sul 21
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