sexta-feira, 13 de maio de 2016

Ministro diz que combaterá "atitudes criminosas" de movimentos sociais



Jornal do Brasil

O novo ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, disse na quinta-feira (12) que apoiará a Operação Lava Jato e incentivará o combate à corrupção. "Combate total à corrupção. A Lava Jato hoje é o símbolo desse combate à corrupção", afirmou Moraes a um grupo de jornalistas, após participar da cerimônia de posse do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes.




"Se é que é possível melhorar a operação, ampliar com mais celeridade, mais efetividade, se é que é possível, é uma belíssima operação, com muita estratégia", acrescentou.



A pasta comandada por Moraes incorporou o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e Direitos Humanos, que foi extinto. O ministro deixou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo para assumir a pasta. Algumas controvérsias envolveram a gestão.

Alexandre de Moraes: "O MTST, ABC ou ZYH serão combatidos a partir do momento em que deixam o livre direito de se manifestar para queimar pneus, colocar em risco as pessoas, que são atitudes criminosas"

Alexandre de Moraes: "O MTST, ABC ou ZYH serão combatidos a partir do momento em que deixam o livre direito de se manifestar para queimar pneus, colocar em risco as pessoas, que são atitudes criminosas"



Em janeiro, Moraes foi alvo de críticas de movimentos sociais após negar abusos da Polícia Militar na dispersão de manifestantes em protestos contra o aumento de passagens na capital paulista. Na ocasião, os manifestantes foram encurralados pela tropa de choque. Diversas imagens publicadas em redes sociais mostraram cidadãos e jornalistas sendo agredidos por policiais.



Perguntado sobre as críticas que recebeu, o ministro negou: "Não fui bastante questionado não. São dois, três jornalistas que questionam, não a população". Diante da insistência na pergunta, questionou: "Qual movimento social? Me diga um."



"Como todo movimento social, o MTST [Movimento dos Trabalhadores sem Teto] tem todo o direito de se manifestar. Mas o MTST, ABC ou ZYH serão combatidos a partir do momento em que deixam o livre direito de se manifestar para queimar pneus, colocar em risco as pessoas, que são atitudes criminosas", adiantou.



Em seu discurso de posse na secretaria, Moraes defendeu o uso de balas de borracha por policiais no controle de multidões. O recurso chegou a ser proibido por uma lei aprovada pela Assembleia Legislativa de São Paulo, mas que acabou vetada pelo governador Geraldo Alckmin.



Outro tema que gerou fortes críticas de juristas e especialistas foi a decisão da secretaria, que, em fevereiro, resolveu tornar sigilosos por 50 anos todos os boletins de ocorrência registrados pela polícia em São Paulo. Foram classificados como secretos também os manuais e procedimentos da Polícia Militar paulista. A decisão foi assinada por Geraldo Alckmin.



Alexandre de Moraes assume Ministério da Justiça e Cidadania



O advogado e jurista Alexandre de Moraes foi nomeado quinta-feira (12) para o Ministério da Justiça, em substituição ao procurador Eugênio Aragão, que deixa o cargo após o Senado ter acolhido, na quarta-feira (11), o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, afastando-a do cargo por até 180 dias.



Moraes vai comandar um ministério “turbinado” pelo vice-presidente Michel Temer, que assume interinamente o comando do Poder Executivo, no período em que o afastamento definitivo de Dilma é julgado pelos senadores. O agora Ministério da Justiça e Cidadania incorpora também o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e Direitos Humanos, que deixa de existir.



Com a nomeação, ele passa também a ter o poder de nomear o comando da Polícia Federal, órgão vinculado à pasta da Justiça. A atribuição é considerada de alta sensibilidade, uma vez que a PF comanda as investigações da Operação Lava Jato, na qual dezenas de políticos em exercício foram citados em delações premiadas.



O jurista deixa a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), cargo para o qual foi nomeado por Geraldo Alckmin em dezembro de 2014. Antes, entre 2002 e 2005, na gestão anterior do governador tucano, ele ocupou a Secretaria de Justiça, Defesa e Cidadania paulista.



Agência Brasil

Jornal do Brasil 


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