sábado, 30 de junho de 2018

“Marxismo ocidental”, “marxismo oriental”

O marxismo ocidental Parte 2 Domenico Losurdo

6. “Marxismo ocidental”, “marxismo oriental”

A essa altura, é oportuno examinar de novo a distinção-contraposição formulada por Perry Anderson, à época, entre “marxismo ocidental” e “marxismo oriental”55. Primeiramente, convém analisar as condições históricas diferentes em que um e outro viveram e operaram. Partiremos de 1917. Se no Ocidente prevalece, em primeiro lugar, a denúncia das consequências nefastas (a carnificina e o afundamento da democracia) provocadas pela competição e pela guerra interimperialista, no Oriente, ao contrário, a Revolução de Outubro tem uma repercussão extraordinária graças ao apelo aos “escravos das colônias” para quebrar as correntes da opressão e da humilhação nacional. Se no Ocidente o Estado-nação era o Moloc sanguinário que sacrificava milhões de homens à sede de domínio e aos interesses do grande capital, no Oriente era o objetivo a ser alcançado para livrar-se do jugo colonial e acabar com as práticas escravagistas e genocidas realizadas pelas grandes potências capitalistas contra os bárbaros. Nas duas áreas em que o mundo estava dividido, o imperialismo era percebido de modo diferente; não há contradição, e sim plena convergência entre esses dois aspectos. Entretanto, o marxismo ocidental e o marxismo oriental nunca se encontraram? Será que o primeiro nunca compreendeu realmente o segundo?



É preciso fazer uma ulterior consideração. A partir do momento em que se esboçam as primeiras dificuldades e tragédias do regime nascido da Revolução de Outubro mas sobretudo a partir do momento em que se evidencia a crise do “socialismo real”, a divergência entre marxistas orientais e marxistas ocidentais assistiu à contraposição entre marxistas que, de um lado, exercem o poder e marxistas que, de outro, estão na oposição e se concentram cada vez mais na “teoria crítica”, na “desconstrução”, aliás, na denúncia do poder e das relações de poder como tais. Está aqui precisamente o ato de nascimento do “marxismo ocidental”, o qual, distanciando-se progressivamente do poder, julga identificar a condição privilegiada para redescobrir o marxismo “autêntico”, não mais reduzido à ideologia de Estado.



Contudo, esta autoconsciência orgulhosa e, talvez, arrogante, possui um fundamento real? Há o outro lado da moeda, muitas vezes esquecido. Poder-se-ia dizer que o marxismo oriental encontrou-se numa situação mais favorável para compreender e assimilar uma tese essencial de Marx:



“A profunda hipocrisia, a intrínseca barbárie da civilização burguesa estão diante de nós sem véus, não apenas nas grandes metrópoles, onde elas assumem formas respeitáveis, mas voltemos os olhos às colônias, onde perambulam nuas”. (MEW, IX, 225).



O marxismo ocidental, no entanto, concentrou-se quase exclusivamente nas “formas respeitáveis” do domínio burguês e capitalista. Após perder de vista a sorte que, em primeiro lugar, estava reservada aos povos coloniais e de origem colonial, a crítica do “socialismo real”, embora absolutamente necessária, desembocou numa banal apologética liberal e numa liquidação indiferenciada da história do comunismo do século XX. Esclarecedora é a parábola de Colletti, discípulo de Della Volpe. Mas não menos significativa é a atitude de dois autores que continuam sendo uma referência para a esquerda. Falando da União Soviética de Stalin (e implicitamente de todos os países, que tiveram de curvar-se à lógica do “socialismo num só país”), Hardt e Negri escrevem: “É uma trágica ironia do destino que, na Europa, o socialismo nacionalista acabasse por assemelhar-se ao nacionalsocialismo […]. A máquina abstrata da soberania constituía o centro de ambos os sistemas”56. Nesse balanço histórico temerário, os povos em condições coloniais ou semicoloniais continuam sem desempenhar nenhum papel. Dois países são tranquilamente comparados e assimilados, dos quais o primeiro deu um forte impulso ao processo de descolonização, e o segundo se propôs herdar e radicalizar a tradição colonial, chegando ao ponto de considerá-la atual na própria Europa oriental.



Se, por outro lado, considerarmos o mundo colonial, o balanço histórico do século XX é bem diferente daquele tão caro à ideologia dominante (e, hoje, até mesmo para os sobreviventes do “marxismo ocidental”). Mesmo concentrando a atenção exclusivamente na “democracia formal”, ou seja, no governo da lei e nas liberdades clássicas da tradição liberal, podemos dizer que as sociedades nascidas do Outubro Revolucionário se fecharam sobre si mesmas e acabaram anulando toda forma de democracia; portanto, ao mesmo tempo, elas estimularam a demanda por democracia e emancipação, por reconhecimento, as demandas provenientes dos países coloniais ou dos países colocados na periferia da metrópole capitalista. Neste segundo caso, foi justamente a metrópole democrático-burguesa que sufocou no sangue as reivindicações democráticas.



A influência positiva da União Soviética e do “campo socialista” pode ser constatada também no que diz respeito a uma população de origem colonial colocada no próprio coração da metrópole capitalista. Refiro-me aos afro-americanos. Eles são oprimidos por um regime da white supremacy terrorista no momento em que eclode a Revolução de Outubro. Mas é a partir dela que se percebe uma nova inquietação entre os negros que, sem se deixar intimidar pela caça às bruxas, declaram: “Se lutar pelos próprios direitos significa ser bolchevista, pois bem, nós somos bolchevistas e os outros devem se resignar”57. Façamos um salto de quinze anos. É o período mais trágico na história da União Soviética. Imposta fundamentalmente do alto e de fora, a coletivização da agricultura difundiu o gulag em larga escala, enquanto no horizonte vislumbra-se o Grande Terror. É interessante ver, contudo, de que maneira continua sendo recebido pelos afro-americanos o país nascido da Revolução de Outubro. Eles, graças à ação do Partido Comunista dos Estados Unidos, começam a receber aquilo que o regime de supremacia branca obstinadamente lhes negava: uma cultura que ia além da instrução elementar, tradicionalmente dada àqueles que estavam destinados a fornecer trabalho semisservil a serviço da raça dos senhores. Agora, porém, nas escolas organizadas pelo Partido Comunista no Norte dos EUA ou nas escolas de Moscou, os negros se empenham no estudo da economia, da política e da história mundial; questionam essas disciplinas para compreender as razões do destino cruel a eles reservado num país que se vangloria, no entanto, de ser o campeão da liberdade. Ocorre uma mudança profunda naqueles que frequentam essas escolas: a “impudência” que lhes é recriminada pelo regime da white supremacy é, na realidade, a autoestima até aquele momento cerceada e esmagada . Uma mulher negra, delegada no Congresso Internacional das Mulheres contra a Guerra e o Fascismo, realizado em Paris em 1934, ficou profundamente impressionada pelas relações de igualdade e fraternidade, apesar das diferenças de língua e de raça, que se instauram entre as participantes desta iniciativa promovida pelos comunistas. “Era o paraíso na terra”. Aqueles que chegam em Moscou – observa um historiador estadunidense contemporâneo – “experimentam um sentido de liberdade inaudito no Sul” dos EUA. Um negro se apaixona por uma mulher branca soviética e casasse com ela, ainda que mais tarde, ao voltar para a pátria, não possa trazê-la consigo, conhecendo bem o destino que no Sul aguarda os que se mancham com a culpa da miscegenation e com o abastardamento racial58. Contudo, mesmo onde grassa o regime da white supremacy, percebe-se um clima novo: olha-se com esperança para a União Soviética e para Stalin como o “novo Lincoln”, o Lincoln que acabaria desta vez, de maneira definitiva, com a escravidão dos negros, a opressão, a degradação, a humilhação, a violência e os linchamentos que continuavam sofrendo59.



Essas esperanças não foram totalmente frustradas. Pensemos no período e nas modalidades que caracterizam o fim do regime de supremacia branca. Em dezembro de 1952, o ministro da Justiça norte-americano envia uma carta eloquente à Suprema Corte, empenhada em discutir a questão da integração nas escolas públicas: “A discriminação racial alimenta a propaganda comunista e suscita dúvidas também entre as nações amigas sobre a intensidade da nossa devoção à fé democrática”. Washington – observa o historiador norte-americano que em nossos dias reconstrói esse acontecimento – corria o risco de se tornar inimigo das “raças de cor” não só no Oriente e no Terceiro Mundo mas no próprio coração dos Estados Unidos: aqui também a propaganda comunista conseguia um sucesso considerável na sua tentativa de ganhar os negros para a “causa revolucionária” abalando-lhes a “fé nas instituições americanas”60. Não há dúvida: nesse caso teve papel decisivo a preocupação com o desafio representado objetivamente pela URSS de Stalin e pela influência exercida por ela sobre povos coloniais e de origem colonial.



Vimos que, ao contrário de grande parte do marxismo ocidental, o “marxismo oriental” soube focalizar bem a barbárie colonial do capitalismo. Mas não se trata só disso. Lembremos que Lênin subscreve e considera “magnífica” a “fórmula” da Lógica hegeliana segundo a qual o universal deve ser de forma tal que contenha em si “a riqueza do particular”61. É em homenagem a esse enfoque que personalidades como Lênin, Ho Chi Min, Mao, Castro etc. nunca puseram em contradição patriotismo e internacionalismo, aliás, sempre enxergaram na luta de libertação das nações oprimidas um momento essencial da marcha do internacionalismo e do universalismo, daquilo que Gramsci define como “humanismo integral”. Não é assim porém no marxismo ocidental. Por um lado – pensemos sobretudo em Althusser – as categorias de humanidade, povo e nação foram vistas com suspeita, como traição da luta de classes. Trata-se de uma atitude de purismo supersticioso, que esquece como as categorias de socialismo, revolução e classe operária podem ser submetidas em sentido conservador e até mesmo reacionário (como no caso da National-sozialistische deutsche Arbeiterpartei de funesta e hitleriana memória). Em todo caso, as preocupações de Althusser podem ser respondidas com uma penetrante observação de Mao: “Em última análise, a luta nacional é uma questão de luta de classes” 62.



Por outro lado – pense-se sobretudo em Adorno e atualmente em Negri – difundiu-se o desprezo para com as lutas de libertação nacional, postas em contradição com o internacionalismo e o universalismo. Não por acaso, hoje em dia, é grande o desprezo que os sobreviventes do marxismo ocidental ostentam pelos esforços que países como a China e o Vietnã fazem para consolidar a independência, também no plano econômico, de modo a poder dar – declara Deng Xiaoping em 1987 – “uma contribuição real à humanidade”63. De um lado ou de outro, devido à visão reducionista da luta de classes ou da visão abstrata do universal, o marxismo ocidental, em geral, não conseguiu entender a unidade entre universal e particular.



Esse apego a uma visão abstrata e pura do universal, se de um lado impediu uma adequada compreensão dos movimentos de libertação nacional (que continuam a se desenvolver também depois da conquista o poder), de outro tornou impossível a compreensão de um motivo de fundo da crise do “campo socialista”. A ruptura entre URSS e Iugoslávia em 1948, e depois a invasão soviética da Hungria e da Tchecoslováquia, os conflitos intensos, as quase-guerras ou as guerras propriamente ditas que surgem entre URSS e China, China e Vietnã e Vietnã e Camboja, tudo isso revela como é difícil a necessária obra de conciliação do internacionalismo (o universal) com o respeito dos interesses, das identidades, das sensibilidades nacionais (o particular). O Partido Comunista Chinês64 mencionou esse problema algumas vezes em seus melhores momentos; quanto ao marxismo ocidental, este quase sempre leu esses conflitos de modo estereotipado como choques entre despotismo estalinista e espírito libertário, entre burocracia e massas, ou entre coerência revolucionária de um lado e oportunismo ou revisionismo de outro, ou ainda, de modo mais apressado, como demonstração do estranhamento substancial de ambas as partes em luta pelo “autêntico” socialismo e marxismo.



Por fim, o marxismo ocidental desfrutou de sua distância do poder como uma condição privilegiada ou exclusiva para o desenvolvimento das potencialidades críticas da teoria de Marx. Mas se por um lado a distância do poder e o desdém diante do poder podem ofuscar a lucidez do olhar, por outro podem turvar a visão, tornando mais difícil a compreensão dos conflitos mundiais, favorecendo uma atitude idealista e, em última análise, a fuga da história. Só assim pode-se explicar a tese de Bloch segundo a qual a revolução burguesa “limitou a igualdade à igualdade política”. Mesmo querendo ocupar-se exclusivamente da metrópole ocidental, trata-se de uma afirmação historicamente insustentável: basta pensar na longa duração da discriminação censitária e sexual.



No conjunto, com o passar dos anos, o marxismo ocidental acabou involuntariamente representando duas figuras fundamentais da filosofia hegeliana: na medida em que se satisfaz com a crítica e, aliás, encontra sua razão de ser na crítica, sem pôr-se o problema de formular alternativas possíveis e de construir um bloco histórico alternativo àquele dominante, ele é a ilustração da sabichonice do dever ser; quando, pois, desfruta da distância do poder como uma condição da própria pureza, ele encarna a bela alma. Talvez não seja por acaso que hoje tenha tanto sucesso no ambiente de esquerda um livro, que desde o título convida a mudar o mundo sem tomar o poder65. A autodissolução do marxismo ocidental se configura aqui como o abandono do terreno da política e o desembarque na religião.



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Notas

1 Artigo publicado originalmente na revista de Estudos sociológicos de Araraquara (v.16, n.30, p.213-242, 2011). A tradução e a revisão técnica são de Carlo Alberto Dastoli.

NE: o artigo está publicado de acordo com a versão apresentada originalmente, inclusive a normalização, na obra: Wie der «westliche Marxismus» geboren wurde und gestorben ist. In: Erich Hahn, Silvia Holz-Markun (eds.), Die Lust am Widerspruch. Theorie der Dialektik-Dialektik der Theorie. Symposium aus Anlass des 80. Geburtstag von Hans Heinz Holz, Trafo, Berlim, 2008, pp. 35-60.

2 Bobbio, 1977, pp. 164, 167 e 280.

3 Mill, 1972, p. 73.

4 Bloch, 1961, p. 157.

5 Bloch, 1961, p. 80.

6 Mao Tsé-tung, 1998, p. 377.

7 Bloch, 1961, p. 7; Mao Tsé-tung, 1998, p. 377.

8 Bloch, 1961, p. 79; Mao Tsé-tung, 1998, p. 379.

9 In: Lacouture, 1967, p. 37.

10 Sostanze infiammabili nella politica mondiale (1908), In: Lênin 1955-70, vol. XV, pp. 178-9.

11 Primeiro esboço de teses sobre a questão nacional e colonial (junho 1920), In: Lênin 1955-70, vol. XXXI, p. 162.

12 Togliatti, 1974-84, p. 866.

13 Althusser, 1967, pp. 17-8.

14 In: Althusser, Balibar, 1968, p. 149.

15 Althusser, 1967, p. 06.

16 Nietzsche, 1988, vol. I, p. 117 ( O Nascimento da Tragédia , 18)

17 Nietzsche, 1988, vol. XII, p. 503.

18 Nietzsche, 1988, vol. XII, p. 491-2.

19 In: Althusser, Balibar, 1968, p. 150.

20 Althusser, 1969, p. 24.

21 Adorno, 1970, pp. 304-5 e 307.

22 Ho Chi Minh, 1969, pp. 75 e 78.

23 In: Lacouture, 1967, pp 39-40.

24 Mao Tsé-tung, 1998, pp. 87-8.

25 Sobre o Direito das Nações à Autodeterminação (maio de 1914), ver Lênin 1955-70, vol. XX, p. 416-7.

26 Declaração dos Direitos do Povo Trabalhador e Explorado (1918), In: Lênin 1955-70, vol. XXVI, p. 403.

27 Hardt, Negri, 2002, pp. 133 e 112.

28 Mao Tsé-tung, 1969-75, vol. IV, p. 467 ( A falência da concepção idealista da história, 16 de setembro de 1949).

29 Le Duan, 1969, pp. 61-3.

30 Tronti, 1966, p. 263.

31 Lin Piao, 1969, pp. 61-2.

34 In: Althusser, Balibar, 1968, p. 27.

35 Hegel, 1969-79, vol. V, p. 49.

36 Taureck, 2004, pp.40 e 116.

37 Foucault, 1990, p. 52.

38 Foucault, 1990, p. 169.

39 Cf. Losurdo, 2005a, cap. IV, 2.

40 Foucault, 1990, pp. 62 e 56.

41 Foucault, 1990, p. 63.

42 Foucault, 1990, p. 160.

43 Arendt, 1993, pp. 15-6.

44 Hardt, Negri, 2002. p. 158.

45 In: Logan, 1997 p. 378.

46 Heckscher, 1991, pp. 44 e 298.

47 Losurdo, 2007, cap. VI, 11 e cap. II, 1.

48 Losurdo, 1993, cap. 5, 2 e 7.

49 Hardt, Negri, 2002, pp. 166-7.

50 Strauss, 1998, pp. 43-4.

51 Hardt, Negri, 2002, pp. 352-3.

52 Davis, 1982, p. 33.

53 Sartre, 1967, p. XXII.

54 Arendt, 1983, pp. 65-6.

55 Anderson, 1997.

56 Hardt, Negri, 2002, p. 115.

57 Franklin, 1983, p. 398.

58 Kelley, 1990, pp. 94-6.

59 Kelley, 1990, p. 100.

60 Cf. Losurdo, 2005a, cap. X, 6.

61 Lênin, 1969, p. 89.

62 Mao Tsé-tung, 1998, pp. 379.

63 Deng Xiaoping, 1994, p. 222.

64 Losurdo 2005b, cap. V, 2.

65 Halloway, 2004.



Losurdo na TV Boitempo

A TV Boitempo está atualmente preparando a publicação de uma série inédita de vídeos com Domenico Losurdo sobre comunismo e revolução no século XXI, gravados aqui na sede da editora durante sua última visita ao Brasil. Enquanto o material não fica pronto, fizemos uma seleção de vídeos do canal com o filósofo, a começar pelo espirituoso depoimento em apoio aos atos contra o governo ilegítimo de Michel Temer e suas reformas, que acabaram redundando no cancelamento de uma de suas conferências aqui em São Paulo.



youtube https://www.youtube.com/watch?v=FBt-iakV4NE

youtube https://www.youtube.com/watch?v=494Y05UtreA

youtube https://www.youtube.com/watch?v=f1mZ6xfs9Eo

youtube https://www.youtube.com/watch?v=aQXjZAjT-Vc

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Domenico Losurdo (1941-2018) foi um filósofo italiano marxista. Professor de História da Filosofia na Universidade de Urbino, doutorou-se com uma tese sobre Karl Rosenkranz. Pela Boitempo, lançou A linguagem do império: léxico da ideologia estadunidense (2010), A luta de classes: uma história política e filosófica, Guerra e revolução: o mundo um século após Outubro de 1917 (2017) e o mais recente O marxismo ocidental: como nasceu, como morreu, como pode renascer (2018). Falecido na manhã de 28 de junho de 2018, sua obra deixa uma profunda marca no marxismo do século XXI.


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