Cada povo tem os heróis que merecem. Sobretudo os de pés de barro, mercenários, apátridas, sonegadores de impostos et caterva. Disse uma vez um antropólogo que a fantasia do herói tem a ver com a necessidade de uma projeção positiva e otimista que faz toda nação. É como dissesse: um país sem heróis, não tem auto-estima, auto-respeito ou uma identidade social positiva. Ocorre que no Brasil, os heróis são negativos. Não positivos. Não condensam ou exprimem anseios nobres ou civilizatórios. Mas têm rabo de palha, teto de vidro, os pés de barros. Notabilidades construídas pelo esforço "desinteressado" da mídia e redes sociais.
Certa vez, o psicanalista Jurandy Freire disse que o povo brasileiro está sempre pronto a acreditar e apoiar determinadas cruzadas. Mas que, infelizmente, são causas e objetivos sem grandeza ou significação. O que faz dele uma excelente massa de manobra da indústria cultural capitalista.
Uma das expressões mais clara desse desejo de participar é a Copa do Mundo, antes de tudo um grande negócio para muitos.
Aí o que menos conta é o espírito de nacionalidade ou de patriotismo. Uma população carente, sem esperanças ou expectativa na politica ou nos políticos, vê nesse evento uma descarga libidinal incomum. É tudo ou nada. E quando vem a frustração, é o nada. Os responsáveis pelo clima de exaltação verde amarela deviam se da conta do que representa a fanfarronada esportiva em torno dessa seleção de jovens jogadores, que atuam fora do país. Enquanto dura o clima de fácil otimismo e de promessas de vitória. Tudo bem. Mas quando se dá um empate ou uma derrota, a casa vem abaixo. É o fim do mundo. Não se constrói uma nação com esse sentimento de derrota ou ilusão da vitória. É preciso adotar o pessimismo da inteligência e o otimismo da vontade. A ilusão é uma espécie de neurose que nos conduz facilmente ao precipício. Mas ainda perto de uma difícil eleição presidencial, como a que se avizinha.
Uma das expressões mais clara desse desejo de participar é a Copa do Mundo, antes de tudo um grande negócio para muitos.
Aí o que menos conta é o espírito de nacionalidade ou de patriotismo. Uma população carente, sem esperanças ou expectativa na politica ou nos políticos, vê nesse evento uma descarga libidinal incomum. É tudo ou nada. E quando vem a frustração, é o nada. Os responsáveis pelo clima de exaltação verde amarela deviam se da conta do que representa a fanfarronada esportiva em torno dessa seleção de jovens jogadores, que atuam fora do país. Enquanto dura o clima de fácil otimismo e de promessas de vitória. Tudo bem. Mas quando se dá um empate ou uma derrota, a casa vem abaixo. É o fim do mundo. Não se constrói uma nação com esse sentimento de derrota ou ilusão da vitória. É preciso adotar o pessimismo da inteligência e o otimismo da vontade. A ilusão é uma espécie de neurose que nos conduz facilmente ao precipício. Mas ainda perto de uma difícil eleição presidencial, como a que se avizinha.
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