terça-feira, 26 de junho de 2018

‘Rebelião’ petista irrita Ricardo Coutinho: ‘a história vai cobrar’


Partido dos Trabalhadores se aproxima de um apoio a Lígia Feliciano por vislumbrar falta de espaço na chapa encabeçada por João Azevedo

Ricardo Coutinho critica postura do PT de cobrança de espaço na majoritária.

É tempo de racha na ala governista. O namoro do Partido dos Trabalhadores com a pré-candidatura de Lígia Feliciano (PDT) ao governo do Estado tem causado tempestades na ala governista. O governador Ricardo Coutinho (PSB), ao falar sobre o caso, disse que “a história vai cobrar (o preço), se já não estiver cobrando”. O partido vem exigindo dos socialistas, na Paraíba, contrapartidas factíveis para o apoio à pré-candidatura de João Azevedo (PSB). Eles querem espaço reservado na chapa para a disputa do Senado e que o postulante anuncie, desde já, o apoio à pré-candidatura de Lula (PT) à Presidência.



O presidente estadual do PT, Jacksom Macedo, estabeleceu prazo para que haja sinalização do PSB sobre os espaços na chapa. A sigla tem até o dia 28, dia do Encontro de Definição de Tática Eleitoral petista, para apresentar uma posição. “Estamos conversando”, diz o dirigente ao ser questionado sobre o fechamento de aliança com PSB ou PDT. A postura é criticada pelo governador, que admite haver prerrogativa petista para a definição.



“O PT já é maior de idade. O PT sabe ou pelo menos deveria saber, se não sabe é pior ainda, mas deveria saber, as coisas que acontecem na política e na conjuntura. E sinceramente, eu não fiz nada das minhas posições em função daquilo que o PT pudesse me dar. Até por que você pode botar umas quatro existências do partido aqui na Paraíba para poder devolver a ousadia, a coragem e a determinação do nosso grupo político quando arranharam a democracia e nós nos levantamos contra”, ressaltou Coutinho, fazendo referência ao impeachment de Dilma Rousseff (PT).



Sobre a posição dos petistas, Coutinho diz que “o povo vai julgar”. Ele criticou ainda a cobrança por espaços na chapa. “Acho que a política não se faz só com participação em chapa majoritária. Está tudo aberto”, destacou, lembrando que já fez campanha na Paraíba apoiando candidatos do PT e sem receber a contrapartida. “Em 2010 votei na candidata do PT (Dilma Rousseff) sem receber apoio”, acrescentou, lembrando o episódio em que o ex-presidente Lula apareceu no guia eleitoral de José Maranhão pedindo voto para o emedebista.



Sobre os petistas, Ricardo disse ainda que o partido pode até fechar com outra candidatura, mas não vai como um grupo coeso. “Você poderia me perguntar sobre (o deputado federal) Luiz Couto e ele já disse (que fica conosco)”, garantiu o governador.



Jornal da Paraíba


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