Há uma década a minha geração de pós-graduação, enquanto se formava, pôde ver em ação uma equipe de grandes economistas navegando, para além do tripé macroeconômico, contra a grande crise financeira internacional de 2008.
Os que sempre observei com mais atenção, por predileção, foram: Guido Mantega (Fazenda), Arno Augustin (Tesouro), Luciano Coutinho (BNDES), Jose Sergio Gabrielli (Petrobras), Marcio Pochmann (IPEA). Todos tiveram papel fundamental para que o país saísse maior da crise, prestaram um serviço à nação.
Hoje, ao ler a entrevista do Mantega para a Folha, fui tomado por uma sensação estranha e me dei conta do óbvio: o golpe em curso não se contenta com a perversidade de desmontar as políticas, mas ele deseja ir além perseguindo sadicamente os próprios formuladores das políticas.
Para os golpistas não basta discordar de uma política econômica é preciso judicializar tal politica e criminalizar os seus formuladores. Lamentavelmente, o caminho da divergência crítica e democrática foi silenciado pelas mãos corruptas dos que sequestraram a soberania popular.
Nesse cenário não basta discordar de uma nova proposta de matriz macroeconômica, há que se prender o seu formulador; não basta discordar de medidas anticiclicas, há que se tipificar como crime fiscal (pedaladas?) tudo que não aceita o austericídio; não basta discordar da politica dos campeões nacionais, há que se expedir mandato de condução coercitiva contra o seu idealizador; não basta discordar de politicas industriais, energéticas e de conteúdo local há que se bloquear os bens do seu defensor; não basta discordar dos avanços trabalhistas e sociais, há que se desqualificar quem os defende.
Eu nem mesmo concordo integralmente com todas as políticas acima mencionadas, acho que são passíveis de ajustes e aperfeiçoamentos, sobretudo considerando que um novo projeto de reconstrução do país partirá de uma terra devastada e com uma nova configuração da correlação de forças nas instituições e nas ruas, além de ter que dialogar com novas agendas.
Mas me incomoda sentir tão perto esse cheiro de mofo que vem do velho fascismo e dos estados de exceção, onde não basta acabar com uma ideia é preciso eliminar os seus idealizadores.
Whatsapp Marcos Moreira e Lucena
Os que sempre observei com mais atenção, por predileção, foram: Guido Mantega (Fazenda), Arno Augustin (Tesouro), Luciano Coutinho (BNDES), Jose Sergio Gabrielli (Petrobras), Marcio Pochmann (IPEA). Todos tiveram papel fundamental para que o país saísse maior da crise, prestaram um serviço à nação.
Hoje, ao ler a entrevista do Mantega para a Folha, fui tomado por uma sensação estranha e me dei conta do óbvio: o golpe em curso não se contenta com a perversidade de desmontar as políticas, mas ele deseja ir além perseguindo sadicamente os próprios formuladores das políticas.
Para os golpistas não basta discordar de uma política econômica é preciso judicializar tal politica e criminalizar os seus formuladores. Lamentavelmente, o caminho da divergência crítica e democrática foi silenciado pelas mãos corruptas dos que sequestraram a soberania popular.
Nesse cenário não basta discordar de uma nova proposta de matriz macroeconômica, há que se prender o seu formulador; não basta discordar de medidas anticiclicas, há que se tipificar como crime fiscal (pedaladas?) tudo que não aceita o austericídio; não basta discordar da politica dos campeões nacionais, há que se expedir mandato de condução coercitiva contra o seu idealizador; não basta discordar de politicas industriais, energéticas e de conteúdo local há que se bloquear os bens do seu defensor; não basta discordar dos avanços trabalhistas e sociais, há que se desqualificar quem os defende.
Eu nem mesmo concordo integralmente com todas as políticas acima mencionadas, acho que são passíveis de ajustes e aperfeiçoamentos, sobretudo considerando que um novo projeto de reconstrução do país partirá de uma terra devastada e com uma nova configuração da correlação de forças nas instituições e nas ruas, além de ter que dialogar com novas agendas.
Mas me incomoda sentir tão perto esse cheiro de mofo que vem do velho fascismo e dos estados de exceção, onde não basta acabar com uma ideia é preciso eliminar os seus idealizadores.
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