quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Pela erradicação dos privilégios da elite


A mudança estrutural que o Brasil carece é a erradicação dos privilégios da elite
 

Mônica Francisco*

Há todo um esforço em fazer parecer que a sociedade ou pelo menos parte dela é incansável em buscar o fim da corrupção e que vocifera ferozmente contra tudo o que se assemelha à "maus feitos" termo popularizado pela nossa presidente da República.


Ouvimos diariamente que é preciso moralizar, limpar, oxigenar, ou seja qual for a palavra empregada para designar o sentimento e o desejo de um país melhor. Mas, o mais interessante é que nossa cultura de privilégios não permite que a farsa discursiva dure mais do que "três tempos".

É quase inverossímel, claro, para qualquer sociedade que se pretendesse mais séria, ver um representante da elite política, recheado de evidências que o ligam à delitos gravíssimos contra toda a sociedade e contra a pátria, convocar um café da manhã como líder de uma casa onde se elaboram as leis que hão de pautar a vida do país e suas instituições.

Sem cerimônia, sem ar de arrependimento ou qualquer outro ar que pudesse ser traduzido como constrangimento ou vergonha. Não é exceção, é regra. regra de um país patrimonialista, onde a elite se protege e se reconhece nesses personagens.

Enquanto isso, no Brasil real, vemos um verdadeiro estado de polícia. É a policialização da vida cotidiana. Não se muda a forma de ver e viver a sociedade brasileira. Antes, prefere-se o controle e o acirramento das formas de violência contra os cidadão e cidadãs comuns, mantendo-os de qualquer forma e à qualquer custo longe das camadas mais privilegiadas da sociedade e de seus espaços, como se só à eles pertencessem.

Aperta-se mais e pesa-se mais a mão em relação aos pretos e pobres, encarcerando-os por qualquer delito, por menor que seja. Não condescendência em relação aos cidadãos mais pobres, tratados em todas as instâncias como cidadãos de segunda classe.

Pois bem, não parece real a sede de justiça e moralidade alardeada em passeatas e comentários com ar de sobriedade. A mudança estrutural da qual o Brasil carece, é sem dúvida a erradicação de todos os privilégios e favores dos quais a elite brasileira se acostumou e perpetua em todas as suas relações, sem nenhuma timidez. Definitivamente , ser sujeito de direitos e ser livre de amarras como estas, é viver em uma estrutura livre de privilégios.

Como disse o economista e pensador Gustave de Molinari, , "O indivíduo só permanece completamente soberano, sob um regime de total liberdade. Cada monopólio, cada privilégio, se constitui como um verdadeiro ataque à sua soberania.

"A nossa luta é todo dia. Favela é cidade. Não aos Autos de

Resistência, à GENTRIFICAÇÃO, à REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL , ao

RACISMO, ao RACISMO INSTITUCIONAL,

ao VOTO OBRIGATÓRIO, ao MACHISMO, À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER e à REMOÇÃO!"

*Membro da Rede de Instituições do Borel, Coordenadora do Grupo

Arteiras e Consultora na ONG ASPLANDE.(Twitter/@ MncaSFrancisco)

 

Jornal do Brasil 

 

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