terça-feira, 15 de junho de 2010

Difícil recomeço das mulheres do crime



Lançadas no fundo do poço por circunstâncias do destino, detentas falam em superação

A precariedade da educação e a falta de oportunidades de trabalho fazem com mulheres, que deveriam estar capacitadas e inseridas no mercado de trabalho, migrem cada vez mais para o mundo do crime. Atualmente, cerca de 400 mulheres estão detidas em presídios e cadeias públicas da Paraíba. Em 2007, esse número era de 310 mulheres, o que representa um aumento de 30% no número de detentas, que lutam diariamente pelo cumprimento das penas para conquistar de volta a cidadania, fora das celas.

Elaine, Suzana e Lala. Três mulheres envolvidas pelo crime. Três origens diferentes. Três destinos que se cruzam. Nas celas do Centro de Reeducação Feminino Maria Júlia Maranhão, em João Pessoa, Elaine, Suzana e Lala pagam pelos erros cometidos lá fora e passam a repensar suas atitudes e, mais do que nunca, a sonhar com uma vida diferente da que hoje têm.

Depois de problemas na infância e do envolvimento com drogas, Lala quer vida nova

Livres ou arrodeadas por grades, são mulheres que amam, sentem, choram, erram e aprendem. Mulheres muitas vezes levadas para o mundo obscuro do crime por amores bandidos, que esquecem que elas existem tão logo são presas e não podem mais lhes "provarem" esse amor. Mulheres que são deixadas levar, mas que também têm atitude para recomeçar e buscar novos caminhos.

Elaine, Suzana e Lala. Três vidas que se entrelaçam pelo sofrimento e pelas expectativas de uma vida melhor. Mulheres guerreiras, aprisionadas por muros de concreto, grades de ferro e pela dúvida sobre o que irão encontrar quando voltarem ao velho mundo, do qual parecem estar isoladas. Mas, mulheres livres, no pensamento e no desejo de sonhar que podem mudar o destino de suas vidas, apesar de tantas dúvidas e obstáculos.

Antes de ser detida e levada para o Centro de Reeducação Feminino Maria Júlia Maranhão, antigo Presídio Bom Pastor, a vida de Lala foi um verdadeiro turbilhão de emoções. A pequena pernambucana perdeu uma tia que a tratava como filha e encarou uma dura realidade na volta para a convivência com a mãe biológica. Aos 10 anos, ela fugiu de casa, se envolveu com as drogas e com o mundo do crime.

O Norte

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