Gilmar Mendes afirma que financiamento privado de campanha é assunto para o Congresso e não quer devolver o processo
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) repetiram, nesta quinta-feira, o pedido que setores inteiros da sociedade civil tem feito ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, para que devolva o processo e destrave o julgamento sobre a proibição de doações de empresas privadas para campanhas políticas. Os representantes das entidades reuniram-se com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, na véspera.
O julgamento foi interrompido em abril do ano passado, por um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes, quando o placar estava seis votos a um pelo fim de doações de empresas para candidatos e partidos políticos. Após a reunião, Lewandowski enviou o pedido das entidades para Mendes.
Segundo o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcos Vinícius Furtado Coêlho, o atual sistema político, com a prevalência do poder econômico, não pode continuar.
“Entendemos que é importante para o Brasil uma definição da matéria para que possamos todos ter, após essa definição, adoção dos caminhos necessários ao Brasil, disse. Para ele, é preciso “construir consensos e aprovar reforma política que melhore o sistema político”, disse.
O secretário-geral da CNBB, Leonardo Steiner, disse que as entidades fariam uma vigília, ontem à noite, em frente ao Supremo. Segundo ele, seriam acesas 365 velas para lembrar um ano do pedido de vista do ministro Gilmar Mendes.
“Estamos vendo a realidade nua e crua da influência do financiamento das empresas. Estamos todo dia no noticiário e gostaríamos de ver resolvida essa questão. Creio que Supremo poderá nos dar luz e ajudar a sociedade”, disse Steiner.
Participaram do encontro representantes do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), da União Nacional dos Estudantes (UNE), entre outras entidades.
Na semana passada, os deputados federais Jorge Solla (PT-BA) e Henrique Fontana (PT-RS) entraram com uma representação contra Gilmar Mendes no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Os parlamentares alegam que Mendes deve responder a processo administrativo pela demora na conclusão do voto.
Correio do Brasil
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