Ivana Bentes
Ontem participei de uma reunião incrível na Cinelândia, sintomática da potência e do desejo de articulação de movimentos absolutamente distintos que estão propondo uma “República” (ocupação, Zona Autônoma Temporária, laboratório urbano...), um espaço público, de encontros, debates, embates, articulações., durante a Copa do Mundo.
Uma ocupação na Cinelândia ou em qualquer outro espaço da cidade para discutir a cidade que queremos. Em sinergia com as muitas atividades de grupos e pessoas que estão propondo ocupar a cidade com Centros de Midia Independente, Hospedagem Solidária, debatendo e dando visibilidade para os efeitos da Copa e dos mega eventos (remoções, militarização da cidade, estado de exceção) mas também hackeando a Copa ( e a mídia internacional) para fazer ver que o Rio não sucumbiu apenas ao Estado de exceção, mas é o laboratório do Comum, onde estão em curso processos potentes, políticos, estéticos, subjetivos por todos os cantos.
Foi arrepiante ver sentados na praça 3 das principais lideranças da Greve dos Garis, juntos com participantes de movimentos como o Coletivo Mariachi, Vinhetando, MIC _Midia Independente, A Nova Democracia, Barão de itararé, Intervozes, Rebaixada, Midia Ninja, o Growroom, Catarse, Tá Na Rua, Pontos de Cultura, Rádio Pulga, Marcha Mundial das Mulheres, Pontão da ECO, Guajajara,Coletivo MUFA, movimento estudantil , Fora do Eixo, Anistia Internacional, Editora Azougue, Ateliê Sustentável, Enraizados, Apa Funk, Raizes da Tradição, IPEAFRO-Abdias Nascimento, Rede Afro Ambiental e pessoas que simplesmente passavam na rua e entravam na roda.
Também passaram por lá um poucos ativistas que se acham os “donos” da rua. Nossos "frenemys" (amigos-inimigos) que tem o compromisso atávico com o inviável e são autofágicos. Sem forças para bater nos inimigos comuns (os que matam os pobres e financeirizam a vida) , batem nos ativistas e companheiros do próprio campo!
A real é que o processo não tem dono e nem travas. Começou e não vai parar. A cidade é grande, está em ebulição e está conflagrada e cheia de desejos. Ninguém vai barrar os processos que se espraiam pela perifa, coletivos, redes, por todo lugar. Viva a rua! E todos os espaços de autonomia e liberdade.
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