terça-feira, 18 de outubro de 2011

Povo escolhe as autoridades do Judiciário; na Bolivia


Bolívia vota em suas autoridades do judiciário

A Bolívia, ontem, nos deu um exemplo de democracia ao realizar uma eleição inédita em todo o continente americano. O país corajosamente se propõe a reformar o poder judiciário, envolvido há décadas em constantes denúncias de corrupção. Pelo menos 5,2 milhões de bolivianos – pouco mais da metade da população - foram convocados às urnas neste domingo para eleger 56 autoridades de várias instâncias do Poder Judiciário, os quais assumirão seus cargos a partir de 26 de outubro.

E, apenas um dia após as eleições, a oposição já pretende anular a iniciativa alegando que uma pesquisa de boca de urna de uma emissora de televisão local – a ATB – teria indicado que os votos válidos nos candidatos para quatro instâncias do Poder Judiciário se situaram entre 40 e 43% do total. A reivindicação não teve eco no Tribunal Eleitoral. Seu presidente, Wilfredo Ovando, já afirmou que os votos brancos e nulos são apenas dados estatísticos e não anularão o resultado.

Basta ler os jornais locais para avaliar a tensão que envolve o pleito. Nas semanas que antecederam a eleição, a oposição promoveu uma forte campanha pelo voto nulo, enquanto o presidente Evo Morales defendia o voto e a participação cidadã.
 
Ato democrático inédito

“O povo da Bolívia participará de um ato democrático e inédito, que é uma nova etapa, um novo patamar da construção democrática do Estado boliviano, que jamais foi praticado em qualquer outro país”, afirmou o vice-presidente Álvaro Garcia Linera, no início do pleito. O ex-presidente do Panamá, Martin Torrijos, chefe da Missão de observadores da OEA, comungou do entusiasmo de Linera. Para ele, as eleições judiciárias bolivianas representam um “processo único no continente americano”.
 
No campo da oposição a Evo Morales e à proposta de reforma do judiciário, algumas figuras se destacaram nas discussões em torno desta eleição. Entre elas, o ex prefeito de La Paz, Juan del Granado e o empresário Samuel Doria Medina, chefes de alas minoritárias do legislativo; o ex militar e principal líder da oposição, Manfred Reyes Villa, processado por corrupção e auto exilado nos EUA; e conservador governador de Santa Cruz, Rubén Costas.

Alheio às resistências à renovação, a eleição deu-se por meio de uma logística de porte, que envolveu 22 mil sessões eleitorais, 143 mil mesários, além de 200 observadores das Nações Unidas, da Organização dos Estados Americanos (OEA), da União Sulamericana de Nações (UNASUL) e do Parlamento Latino- Americano, entre outras entidades internacionais.

Daqui do Brasil, parabenizo o povo boliviano. Sua participação e cidadania são um exemplo para todo o continente.


Blog do Dirceu

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