Sérgio Gabrielli, coordenador nacional da campanha de Lula, esteve em João Pessoa para organizar eleições 2018
Paula Adissi
Sérgio Gabrielli, em passagem ontem (25/07), por João Pessoa, fala sobre a conjuntura e o cenário político-eleitoral de outubro .
O ex-presidente Lula, mesmo preso há mais de 100 dias no prédio da Polícia Federal de Curitiba, segue como candidato pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Foi o que afirmou o coordenador nacional da campanha Lula 2018, e ex-presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli, em passagem ontem (25) por João Pessoa.
A atividade ocorreu no Sindicato das Telecomunicações (Sinttel) e reuniu petistas, militantes sociais e demais apoiadores da candidatura Lula. Gabrielli analisou as condições de golpe que vive o Brasil desde de 2016 com a retirada da presidente Dilma Rousseff, caracterizado por ele como um golpe antinacional e antipopular.
“Nós estamos vivendo um momento muito dramático no país. Esse golpe não foi para tirar a presidenta Dilma por tirar. Esse golpe tem um projeto, um projeto nacional que na realidade é um projeto antinacional. É um golpe que quer entregar as nossas riquezas, quer destruir aquelas áreas industriais nossas que poderiam competir com o capital internacional fora do Brasil, querem tirar o protagonismo do Brasil na organização de alternativas em relação ao poder dos Estados Unidos. Eles também têm um projeto nacional que é antipopular. Eles querem desmontar aquilo que foi conquistado no Governo Vargas, aquilo que foi conquistado contra a ditadura militar, aquilo que foi conquistado com a Constituição de 1988, e aquilo que foi conquistado durante os governos Dilma e Lula. Eles querem desmontar os programas educacionais, querem desmontar a CLT, a estrutura sindical, o sistema de saúde, a inclusão produtiva da agricultura familiar”, pontuou o ex-presidente da Petrobras.
A atividade ocorreu no Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações da Paraíba (Sinttel- PB)
O coordenador da campanha considerou as candidaturas do campo da direita como fortes. Segundo Gabrielli, a tática provável deles será a de lançar Henrique Meirelles como candidato do Governo Temer, para esse ser o alvo dos ataques à política econômica do governo ilegítimo, o que livraria Geraldo Alckmin de ser identificado como candidato de Temer. No campo que ele chamou de centro- esquerda, atualmente, teria quatro candidatos: Boulos (PSOL) Manuela (PCdoB), Ciro (PDT) e Lula (PT). “Até 4 de agosto saberemos se teremos mesmo quatro candidaturas da esquerda no primeiro turno”, afirmou ele se referindo as várias conversas que estão ocorrendo para unificar candidaturas da esquerda e comenta sobre a o que representa a candidatura Lula.
“A candidatura do Lula é a mais forte, é a que tem mais apoio popular e que representa a esperança de retomada da possibilidade de você melhorar as suas condições de vida. A esperança e a possibilidade de ter condições de trabalho melhores e com maior rendimento. É a que representa a possibilidade de nossos filhos, filhas e nossos netos terem uma educação melhor. É a oportunidade de um país soberano que tem um papel fundamental na economia mundial. A oportunidade de nós termos um país democrático, ampliando a participação direta do povo na gestão do Estado. E de termos um país que tenha uma justiça neutra. Tudo isso se expressa na candidatura do Lula”.
Planos da campanha de Lula
Quanto ao plano de campanha, Gabrielli apontou as dificuldades de fazê-la nas condições de Lula preso e proibido de dar entrevista. “Fazer uma campanha com um candidato nessas circunstancias é um desafio”, disse ele. A campanha Lula Presidente seguirá dois motes principais, “um é contar o que o PT já fez pelo país. E o outro, é falar de futuro, sobre o programa alternativo ao atual projeto que ele caracterizou de antinacional, antipopular, antidemocrático do Governo Temer”, explicou. Gabrielli deu ênfase à importância da militância pró-Lula nessas eleições: “a campanha vai precisar de cada um que queira votar no Lula, que bote a máscara do Lula e seja Lula. Nós vamos ter que ser ele. Nós vamos ter que fazer a campanha por ele”, enfatizou.
Quanto as dúvidas se Lula será ou não candidato, se ele será elegível ou não, Gabrielli afirmou que, para o povo, Lula é mais do que nunca candidato e está à frente em todas as pesquisas de intenção de voto, no entanto, ele pondera que o ponto de vista legal. “A decisão da Ministra Rosa Weber semana passada foi muito clara ao dizer que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não tem condições de tomar qualquer posição sobre a ilegibilidade do Lula antes do registro. O TSE só pode tomar posição sobre a candidatura do Lula depois do registro. Isso significa, portanto, que no dia 15 de agosto, o Lula será registrado. O TSE ao receber a inscrição vai iniciar um processo de avaliação da validade do registro. E isso leva tempo. Tem prazos, tem tempo para ocorrer. Isso significa que até o dia 17 de setembro, que são 20 dias antes da eleição, Lula será candidato inscrito mesmo que rejeitada a sua inscrição. Porque 17 de setembro é a data máxima que o partido tem para trocar o candidato se quiser. Então a decisão se o partido quer trocar o candidato ou não, é uma decisão que tem que ser tomada até 17 de setembro”, explicou o coordenador da campanha de Lula.
O petista explicou ainda que caso as eleições corram e Lula for considerado inelegível, os votos dados a ele serão invalidados, e caso Lula tenha 50% mais 1 dos votos a eleição é anulada, tendo 90 dias para ter nova eleição. E concluiu dizendo que a decisão de substituir a candidatura Lula por outro nome só será tomada em 17 de setembro.
Campanha na Paraíba
Na Paraíba o Partido dos Trabalhadores começa a organizar a campanha presidencial de Lula. Segundo o presidente estadual do PT na Paraíba, Jackson Macêdo, a coordenação de campanha será definida dia 2 de agosto, durante encontro estadual do Partido. A maior expectativa segundo Macêdo é a posição do PSB em relação à candidatura Lula:
“Estamos aguardando a posição do PSB em apoiar a candidatura para ampliar o palanque de Lula aqui no Estado. Nós já temos hoje o PT e alguns movimentos e entidades focados na candidatura dele. A expectativa é muito forte sobre o apoio do PSB. Para a gente é fundamental esse apoio aqui no palanque do estado.”
O presidente estadual do PT explicou que a coordenação da campanha na Paraíba será colegiada, com a presença de companheiros da Consulta Popular, da CUT, do MST, do Partido dos Trabalhadores, e caso o PSB feche com Lula, também será convidado a compor esse colegiado.
Brasil de Fato
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