Altino |
Um programa eleitoral não precisa ser, também, strictu sensu, um detalhado programa de governo, um programa de gestão. Evidentemente, existe uma relação entre os dois. Porque um partido de esquerda não pode chegar ao governo, e fazer o contrário do que defendeu a vida toda. Isso seria demagógico. Mas um programa de governo depende das condições concretas em que se chega ao poder. Essas condições políticas dependem de muitas variáveis, entre elas, a relação social e política de forças.
Um programa de governo precisa considerar incontáveis fatores, entre eles, o tempo. Fantasiar que um partido de esquerda ao chegar ao poder poderia fazer o que quisesse seria infantil e tolo. O que fazer, imediatamente, para garantir que o governo não seja derrubado? Como construir as condições de médio prazo para tomar tais ou quais medidas? Imaginar que se possa, por antecipação, encontrar todas as soluções, desconhecendo os inimigos e suas iniciativas, é ingênuo e doutrinário.
Não há fórmulas universais pré-estabelecidas para enfrentar as forças reacionárias. A não ser um critério que passou a prova no laboratório da história: não é possível lutar pela transformação da sociedade sem despertar a fúria contrarrevolucionária da classe dominante.
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