Jaldes Meneses
Muito já se falou do contraponto entre os enredos da Tuiuti e da Beija-flor. É equivocado afirmar que o discurso do enredo da Beija-flor encenou o discurso da ordem. O discurso da ordem desapareceu na avenida. Por outro lado, à maneira de um romance realista de elevada densidade artística, a Tuiuti foi mais fundo: conseguiu ligar as pontas entre o passado escravista e a superexploração do trabalho, enquanto a Beija-flor ficou na periferia, expressando apenas a aparência fetichizada da realidade.
Muito já se falou do contraponto entre os enredos da Tuiuti e da Beija-flor. É equivocado afirmar que o discurso do enredo da Beija-flor encenou o discurso da ordem. O discurso da ordem desapareceu na avenida. Por outro lado, à maneira de um romance realista de elevada densidade artística, a Tuiuti foi mais fundo: conseguiu ligar as pontas entre o passado escravista e a superexploração do trabalho, enquanto a Beija-flor ficou na periferia, expressando apenas a aparência fetichizada da realidade.
A questão pode ser extrapolada para o universo da política: certamente, nas eleições presidenciais de 2018, não haverá lugar para encenação aberta do discurso da ordem, na forma do programa neoliberal radical do governo Temer. O espaço de confronto acontecerá entre duas alternativas: uma, de crítica superficial à ordem, em nome de um “novo” etéreo e indefinido de “crítica aos políticos e à corrupção”; e outra, uma proposta que dá os nomes bois e afirma, alto e bom som, que os problemas do país têm raízes históricas radicadas na dominação de classe e na superexploração do trabalho.
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