Homenageado pela escola, o sambista, ao final do desfile em São Paulo, teve de ser transferido direto do carro alegórico para o estúdio da emissora para conceder entrevista: “Infelizmente nós temos uma rede nacional no Brasil que monopoliza tudo, monopoliza inclusive a cultura brasileira, a política brasileira”, disse um integrante.
Quando terminou o desfile da escola de samba Unidos do Peruche, no Anhembi, em São Paulo, o homenageado pela agremiação, o sambista Martinho da Vila, foi içado do carro alegórico onde estava direto para o estúdio da Rede Globo, causando protestos entre integrantes da escola. Aos gritos de “Martinho é do povo, abaixo a Rede Globo”, os integrantes que já estavam na dispersão tentavam chamar a atenção do músico enquanto ele seguia para o estúdio de vidro para dar entrevistas, revoltados por não conseguir falar com o sambista ao fim da passagem da escola.
“O Martinho da Vila é do Peruche, é da Vila Isabel, é do povo, mas infelizmente nós temos uma rede nacional no Brasil que monopoliza tudo, monopoliza inclusive a cultura brasileira, a política brasileira. Nosso povo brasileiro está fadado ao rebaixamento, à tristeza. Infelizmente a Globo manipula tudo”, reclamou Emerson Pantaleo Caparelli, que desfilou na ala Calango.
Martinho, que completa 80 anos no próximo dia 12, chegou animado e sambando à dispersão e aguardou pacientemente enquanto integrantes da velha guarda da Peruche eram retirados do carro antes dele. Alguns integrantes da escola foram para o fundo do estúdio da emissora e conseguiram fotos com o músico depois da participação na transmissão da Globo.
“Não dá para descrever, é muita emoção”, disso o sambista, passando rapidamente pela dispersão. Sobre o pique apesar da idade, ele comentou, com o costumeiro bom humor: “Vim na boa, tranquilo, sem problema”.
*Com informações do UOL
Reprodução/TV Globo
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