Fernando Brito
Vejo pipocarem, aqui e ali, artigos de companheiros da esquerda que pregam que, “agora, temos de fazer uma política sem conciliação de classes”.
Perdão, mas ouço esta história desde o movimento estudantil e nunca vi sair dela qualquer avanço para o nosso povão.
Vejo pipocarem, aqui e ali, artigos de companheiros da esquerda que pregam que, “agora, temos de fazer uma política sem conciliação de classes”.
Perdão, mas ouço esta história desde o movimento estudantil e nunca vi sair dela qualquer avanço para o nosso povão.
Todas as vezes que, na história, conseguimos caminhar em direção ao desenvolvimento e à justiça social foi, ao contrário, quando conseguiu-se estabelecer um pacto, verdade que informal e avalizado pela figura de um governante com propósitos firmes, visão de Estado e de Nação.
Foi assim com Getúlio Vargas, como foi assim com Lula.
O fato de o primeiro ter tido um fim trágico só confirma que era um personagem incomum, que usou a própria vida para impedir o golpe e continuar o nacional-desenvolvimentismo por outros meios, com o governo JK, que aliás seguiu em sua política conciliatória, já agora com a inversão da divisão de forças, que passou a pender mais para o lado empresarial.
A deposição de João Goulart e de Dilma Rousseff resultaram do fato de que ambos, cada um em sua época e com suas circunstâncias, não souberam ou puderam manter os pactos de seus antecessores.
Nossa bandeira primeira e mais importante é a manutenção das liberdades e do voto popular, contra a evidente onda autoritária que se ergue e os ameaça.
Luís Costa Pinto, com sua habitual lucidez, publica hoje no Poder360 o que poderia ser um “programa mínimo”, necessário e indispensável a estes tempos:
“Não há saída fora da política. Necessário agarrar-se a isso de forma inarredável.
Todo o poder emana do povo e em seu nome será exercido. Logo, eleições regulares. No calendário, as próximas eleições devem ocorrer em outubro de 2018. É recomendável mantê-las no horizonte –ou antecipá-las.
Todos aqueles que estiverem em condições de se candidatar podem e devem competir. O resultado eleitoral tem de ser respeitado. Depois das eleições assegura-se à minoria derrotada seus direitos, posto que estes são premissas do Estado democrático. Mas conceder-se-á à maioria condições de governabilidade.
Pronunciar alto e bom som, com todas as letras, a última premissa não é chover no molhado. Chegamos até aqui porque o veredito das urnas de 2014 foi desrespeitado.”
O resto é wishful thinking, ou “borzeguins ao leito”, como dizia a minha avó. Vá vivemos os “não são só 20 centavos”, o “padrão fifa”, as blackblocagens e vimos quem saiu vencedor destas histórias.
Sonhar com uma radicalização do processo democrático, numa hora em que a democracia, (mesmo formal) ameaça não parar de pé, é levar água ao moinho do autoritarismo. É ele, no Brasil quem se veste de “pureza absoluta”, de intransigência, de “verdades absolutas”.
Como este blog já pontuou, não sou udenista. Nem creio em “udenismo de esquerda”.
Tijolaço
Foi assim com Getúlio Vargas, como foi assim com Lula.
O fato de o primeiro ter tido um fim trágico só confirma que era um personagem incomum, que usou a própria vida para impedir o golpe e continuar o nacional-desenvolvimentismo por outros meios, com o governo JK, que aliás seguiu em sua política conciliatória, já agora com a inversão da divisão de forças, que passou a pender mais para o lado empresarial.
A deposição de João Goulart e de Dilma Rousseff resultaram do fato de que ambos, cada um em sua época e com suas circunstâncias, não souberam ou puderam manter os pactos de seus antecessores.
Nossa bandeira primeira e mais importante é a manutenção das liberdades e do voto popular, contra a evidente onda autoritária que se ergue e os ameaça.
Luís Costa Pinto, com sua habitual lucidez, publica hoje no Poder360 o que poderia ser um “programa mínimo”, necessário e indispensável a estes tempos:
“Não há saída fora da política. Necessário agarrar-se a isso de forma inarredável.
Todo o poder emana do povo e em seu nome será exercido. Logo, eleições regulares. No calendário, as próximas eleições devem ocorrer em outubro de 2018. É recomendável mantê-las no horizonte –ou antecipá-las.
Todos aqueles que estiverem em condições de se candidatar podem e devem competir. O resultado eleitoral tem de ser respeitado. Depois das eleições assegura-se à minoria derrotada seus direitos, posto que estes são premissas do Estado democrático. Mas conceder-se-á à maioria condições de governabilidade.
Pronunciar alto e bom som, com todas as letras, a última premissa não é chover no molhado. Chegamos até aqui porque o veredito das urnas de 2014 foi desrespeitado.”
O resto é wishful thinking, ou “borzeguins ao leito”, como dizia a minha avó. Vá vivemos os “não são só 20 centavos”, o “padrão fifa”, as blackblocagens e vimos quem saiu vencedor destas histórias.
Sonhar com uma radicalização do processo democrático, numa hora em que a democracia, (mesmo formal) ameaça não parar de pé, é levar água ao moinho do autoritarismo. É ele, no Brasil quem se veste de “pureza absoluta”, de intransigência, de “verdades absolutas”.
Como este blog já pontuou, não sou udenista. Nem creio em “udenismo de esquerda”.
Tijolaço
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