A importante e complicada reforma política que a CNBB defende
por: Diniz Neto
O Arcebispo metropolitano de Maringá, Dom Anuar, distribui seu artigo com texto da CNBB cobrando a reforma política no Brasil e a aplicação e ampliação dos efeitos da lei do “ficha limpa”.
Diz o texto da CNBB: “A Reforma Política é uma urgência inadiável em nosso país. Se feita de forma a ultrapassar os limites de uma simples reforma eleitoral, ela se torna um caminho seguro para coibir a corrupção e sua abominável impunidade, que corroem instituições do Estado brasileiro e a vida do povo.
A expectativa de sua efetiva realização, assegurada pela Presidente Dilma Rousseff, em seu discurso de posse, e pelas imediatas iniciativas da Câmara e do Senado de constituírem comissões para esse fim, está se exaurindo diante da lentidão e falta de vontade política com que o Congresso Nacional tem discutido o tema.”
Sobre Maringá, Dom Anuar escreve: “Maringá, que conforme seu histórico já viveu momentos terríveis por causa da corrupção, também precisa se preocupar de forma relevante para promover uma cultura local que afaste dos poderes públicos a praga da roubalheira.”
Sem dúvida a reforma política é muito importante e é preciso que a população se organize e esteja atenta, cobrando mudanças, em todos os municípios do Brasil.
O debate sobre a reforma até que não está lento. No site do Senado e da Câmara há muito material produzido. O que sobra são dúvidas e indefinições sobre qual modelo adotar e também há uma clara defesa de alguns “caciques” partidários em manter seus privilégios intocáveis.
A reforma política é urgente e importante, porém não pode ser feita só por fazer. Precisamos encontrar mecanismos que realmente aperfeiçoem a democracia brasileira e reduzam o espaço para o coronelismo e a corrupção. Mesmo que muitos deputados e senadores queiram a reforma, ela realmente esbarra na complexidade do tema e na tentativa desesperada de alguns de manter o controle dos partidos da forma feudal e autoritária como ela é hoje.
A reforma política precisa atingir, de forma central, os partidos, o seu financiamento e o financiamento de campanha. A vontade das maiorias dentro de um partido precisa ser garantida. Hoje não é. Basta ver as “intervenções” em diretórios, verdadeiras vergonhas, golpes para manter interesses e negociações das direções estaduais ou nacionais dos partidos.
A reforma política não depende só de vontade política, é uma guerra no centro do poder, onde são necessárias mudanças amplas e exemplares, a serem garantidas depois pelo Poder Judiciário (o que, aliás, também já outra história).
· O Diário.com
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