A eleição do último final de semana (06/08), que foi realizada em caráter excepcional para o Governo do Estado do Amazonas, devido a cassação do governador reeleito em 2014, que usou órgãos do Estado do Amazonas, dentre os quais a Policia Militar na campanha da sua reeleição, foi uma amostra do que poderá acontecer na eleição do ano que vem.
Depois do golpe parlamentar articulado pelas elites no ano passado, os partidos, forças políticas e a sociedade civil organizada no campo progressista sofreram terríveis ataques da mídia comprometida com as forças golpistas e a tentativa de colocar o PT na ilegalidade foi e continua sendo a prova inconteste disto.
Apesar do clima criado pela propaganda da mídia a serviço da elite golpista, as pesquisas tem demonstrado que os partidos e forças sociais progressistas estão em franca recuperação e isto ficou comprovado nesta eleição com a votação do candidato do PT, o Deputado Estadual José Ricardo que conseguiu 12,17% dos votos em todo estado do Amazonas, ficando em segundo lugar na capital Manaus com 18,32%, na frente do segundo colocado em todo estado, o senador Eduardo Braga que ficou com 17.98% na capital do Amazonas.
A soma da votação do candidato do PT, 12,17% com os 38,77% do primeiro colocado, Amazonino Mendes do PDT mais 2.63% do candidato do Luiz Castro do Rede, ambos partidos de oposição no plano nacional, demonstrou que 53,57% dos votos úteis no Amazonas foram para a oposição.
Foi o melhor resultado do PT em todas eleições para o governo do Amazonas desde a primeira em 1982 quanto o candidato do PT Osvaldo Coelho obteve 1,43% dos votos válidos e 1986 o candidato Marcos Barros conseguiu praticamente um pouco mais que o dobro de 1982 atingindo 3,19% dos votos.
Em 1990 o PT não teve candidato e se coligou com o PSDB e o PSB e outros partidos de esquerda, apoiando a candidatura de Wilson Alecrim, que teve 35,19% dos votos, mas perdeu a eleição. Sendo que em 1994 o PT teve sua segunda melhor performance antes de 2017, com Paulo Araújo que obteve 7,62% dos votos e em 1998 o novamente PT não lançou candidato e apoiou Eduardo Braga do PSL que obteve 47,69% dos votos, mas perdeu a eleição que foi decidida no primeiro turno.
Em 2002 o PT lançou o candidato Pedro Costa que obteve 5,78% dos votos, em 2006 o PT apoiou a candidatura de Paulo Carli do PDT ficou com 2,64% dos votos e em 2010 o PT apoiou Alfredo Nascimento do PR, que ficou com 25,91% dos votos e perdeu a eleição.
Em 2014 na última eleição que reelegeu Dilma Rousseff antes do golpe, o PT apoiou Eduardo Braga que venceu eleição no primeiro turno com 43,16%, mas perdeu no segundo turno para José Melo do PROS, que foi cassado recentemente.
Depois de 13 anos sem lançar candidatos o PT do Amazonas optou por uma candidatura de coragem na defesa do legado dos governos do PT de Lula e Dilma para o Amazonas, como a prorrogação da Zona Franca de Manaus por mais 50 anos, investimentos em obras como a ponte sobre o Rio Negro, o Gás de Urucum e o Luz para Todos, além da implantação de escolas técnicas no interior do Amazonas.
Em uma conjuntura de recessão e desemprego com ataques covardes dos golpistas a direitos históricos dos trabalhadores pelo governo ilegal de Temer, seus ladrões e a Rede Globo, o PT conseguiu sua melhor performance em todas eleições que disputou para o Governo do Amazonas, em uma demonstração clara de que a esquerda está recuperando espaço no âmbito da opinião pública como alternativa de poder
A direita golpista, que patrocinou o golpe contra a Presidenta Dilma Rousseff não conseguiu atingir o objetivo de destruir a imagem do PT, mesmo que em um primeiro momento nas eleições municipais de 2016 tenha acontecido uma reação contraria da opinião pública influenciada por ataques de ódio promovidos principalmente pela Rede Globo e seus parceiros contra o PT, Lula e os partidos progressistas.
A confirmação da imagem positiva do PT junto a uma parcela majoritária dos eleitores brasileiros ficou clara no resultado desta eleição suplementar no Amazonas e apenas confirmou aquilo que a pesquisas Vox Populi na semana passada mostrou com a liderança de Lula na corrida presidencial.
Carta Campinas
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