terça-feira, 20 de julho de 2010

Carlos Drummond de Andrade: "Memória"



Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.

Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.




DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. "Claro enigma". Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002.

Blog do Antonio Cicero

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