Valerio arcary
Tampouco está disposto a denunciar Bolsonaro como um neofascista. Quer "navegar" na campanha eleitoral pelas águas do "centro-direita". Agora, vejam o que aconteceu ontem. Parece incrível, ou inacreditável, mas apoiadores de Bolsonaro reagiram nas redes sociais à notícia da existência de documentos da CIA confirmando as ordens para matar Geisel e Figueiredo com aprovação. O filho de Bolsonaro posa com uma camiseta onde se lê "Ustra vive".
Bolsonaro não é mais somente um personagem burlesco ou grotesco. Foi, mas já não é. Conquistou uma audiência de milhões. É tão grave que tenha esta influência, que algumas das maiores publicações comerciais do país começaram a criticá-lo. Parece ridículo que elas levem Bolsonaro mais a sério que Ciro Gomes na VEJA.com : “O eleitor do Bolsonaro é meu. Eles não perceberam, mas eles estão procurando seriedade, autoridade. ... apesar de não concordar com absolutamente nada do que o Bolsonaro fala, diz ou representa, considero Bolsonaro mais íntegro do qualquer tucano nesse momento”, disse Ciro Gomes. O que Ciro Gomes disse sobre Bolsonaro é mais do que deseducativo. O crescimento da influência de Jair Bolsonaro sinaliza uma ameaça terrível. Duvidar que Bolsonaro seja, ideologicamente, de extrema-direita é mais que um contrassenso ou um disparate. É um absurdo. É uma candidatura que defende a necessidade de uma nova ditadura. A qualificação de qualquer corrente liderança de ultradireita como fascista é uma simplificação retórica errada. Mesmo quando estamos zangados não devemos perder a lucidez. O fascismo é um perigo tão sério que não podemos deixar de ser rigorosos na sua definição.
Admitamos que nem toda a extrema-direita é neofascista. Existe uma ultradireita que é uma corrente de opinião radical, autoritária, e inimiga dos movimentos dos trabalhadores.
Mas germinam no Brasil um conjunto de organizações neofascistas que defendem erradicar, aniquilar, destruir a esquerda.
Bolsonaro não se destacou somente por defender a necessidade de um governo “sério” ou que não hesite em exercer “autoridade”. Ele ganhou visibilidade porque, entre outras incríveis barbaridades, gritou durante a votação do impeachment de Dilma Rousseff um Viva ao coronel Brilhante Ustra, um monstro torturador durante a ditadura militar. Se isso não é uma sinalização clara e incontroversa de quais são os seus planos, o que será necessário para que ele mereça ser considerado um neofascista? Subestimar o risco que seu projeto, suas ideias e seu papel político representam é um erro de consequências, potencialmente, devastadoras.
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Admitamos que nem toda a extrema-direita é neofascista. Existe uma ultradireita que é uma corrente de opinião radical, autoritária, e inimiga dos movimentos dos trabalhadores.
Mas germinam no Brasil um conjunto de organizações neofascistas que defendem erradicar, aniquilar, destruir a esquerda.
Bolsonaro não se destacou somente por defender a necessidade de um governo “sério” ou que não hesite em exercer “autoridade”. Ele ganhou visibilidade porque, entre outras incríveis barbaridades, gritou durante a votação do impeachment de Dilma Rousseff um Viva ao coronel Brilhante Ustra, um monstro torturador durante a ditadura militar. Se isso não é uma sinalização clara e incontroversa de quais são os seus planos, o que será necessário para que ele mereça ser considerado um neofascista? Subestimar o risco que seu projeto, suas ideias e seu papel político representam é um erro de consequências, potencialmente, devastadoras.
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