Carlos Nelson Coutinho
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Neste 28 de junho de 2016, dia em que Carlos Nelson Coutinho completaria 73 anos, marxismo21 homenageia o autor com a publicação de um extenso dossiê sobre a sua obra teórica. Nesta página são divulgados livros, artigos, entrevistas etc. bem como diversos textos e vídeos que examinam o profícuo trabalho intelectual desse pensador. Com satisfação, informamos que nesta mesma data está sendo criado o Centro de Estudos e Pesquisas Carlos Nelson Coutinho na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Somos gratos a Victor Neves, organizador deste extenso dossiê, pesquisador da UFRJ que, recentemente, produziu uma volumosa e competente tese acadêmica sobre o pensamento político de Carlos Nelson Coutinho. Ele é também o autor do elucidativo ensaio que abre este valioso dossiê para a pesquisa sobre a produção teórica marxista no Brasil.
Por último, lembramos que, poucos dias antes de marxismo21 ser lançado em agosto de 2012, Carlos Nelson Coutinho, de forma simpática e generosa, nos escreveu: “A difusão do marxismo no Brasil do século XXI é um fato indiscutível. Já são muitas as publicações (revistas, editoras) que compravam isso. Estou certo de que o blog marxismo21, do qual participam brilhantes intelectuais marxistas de nosso País, contribuirá ainda mais para ampliar esta difusão“.
Editoria
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Carlos Nelson Coutinho, filósofo democrático.
Victor Neves
Carlos Nelson Coutinho, filho de Nathan Coutinho do Rosário e Elza de Souza Coutinho, nasceu em Itabuna, no sul da Bahia, no dia 28 de junho de 1943 – que ele viria a recordar, em sua maturidade, como o “glorioso ano da batalha de Stalingrado” – e faleceu em sua casa na madrugada de 20 de setembro de 2012, após cerca de meio século de militância e atividade intelectual marxista.
Foi, sem sombra de dúvida, um dos mais importantes intelectuais brasileiros de sua geração, assim como um dos mais destacados defensores da articulação entre democracia e revolução. Essa posição política, combinada às profundas unidade e coerência de seu pensamento e à sua produtividade como intelectual orgânico da classe trabalhadora (atuou em diversas frentes, desde a tradução e a divulgação até a elaboração teórica original, tendo traduzido mais de 60 livros – boa parte dos quais portando significativa contribuição ao debate marxista –, além de ter visto publicados 13 livros e centenas de artigos e pequenos textos de sua autoria), o tornaram uma figura de referência na esquerda brasileira, assim como em diversas áreas acadêmicas como o Serviço Social, a Educação e as Ciências Sociais.
Apesar da vastidão e da variedade da produção coutiniana, sua problemática fundamental jamais se alterou: a atividade intelectual do marxista baiano esteve sempre escorada sobre a necessidade de contribuir, no plano teórico, para a superação da ordem burguesa. Fundada sobre essa base, desenvolveu-se uma concepção de mundo unitária capaz de mobilizar e combinar coerentemente desde pensadores partidários do que Perry Anderson definiu como o “marxismo
ocidental” a outros vinculados à tradição teórico-prática vigente no movimento comunista internacional – especialmente nos PCs brasileiro, italiano e francês (e também, ainda que em menor medida, soviético). Os pensadores-síntese que, para Coutinho, estabeleceram a ponte entre essas duas vertentes no campo do marxismo constituíram suas principais referências teóricas ao longo de
toda a vida adulta: Lukács e Gramsci.
Ao contrário de boa parte de seus companheiros de viagem dentre os assim chamados “renovadores” do PCB, jamais renegou sua vinculação à teoria social marxista, nem o reconhecimento da necessidade de uma revolução social – entendida por ele enquanto paulatina, progressiva e profunda transformação que superasse os impasses e as contradições da sociabilidade fundada sobre o modo de produção capitalista numa sociedade sem classes. Sua adesão a essas posições nada teve de superficial: reafirmou seu pertencimento ao campo marxista não só através do recurso a refinadas exposições quanto ao método em Marx, mas principalmente a robusto arsenal categorial haurido em variadas fontes da tradição teórica inaugurada pela crítica da economia política marxiana, buscando sempre fundamentar sua análise da vida social e cultural nos desdobramentos ou prosseguimentos desta vertente teórico-política considerados por ele os mais autorizados e atualizados. ler mais
Foi, sem sombra de dúvida, um dos mais importantes intelectuais brasileiros de sua geração, assim como um dos mais destacados defensores da articulação entre democracia e revolução. Essa posição política, combinada às profundas unidade e coerência de seu pensamento e à sua produtividade como intelectual orgânico da classe trabalhadora (atuou em diversas frentes, desde a tradução e a divulgação até a elaboração teórica original, tendo traduzido mais de 60 livros – boa parte dos quais portando significativa contribuição ao debate marxista –, além de ter visto publicados 13 livros e centenas de artigos e pequenos textos de sua autoria), o tornaram uma figura de referência na esquerda brasileira, assim como em diversas áreas acadêmicas como o Serviço Social, a Educação e as Ciências Sociais.
Apesar da vastidão e da variedade da produção coutiniana, sua problemática fundamental jamais se alterou: a atividade intelectual do marxista baiano esteve sempre escorada sobre a necessidade de contribuir, no plano teórico, para a superação da ordem burguesa. Fundada sobre essa base, desenvolveu-se uma concepção de mundo unitária capaz de mobilizar e combinar coerentemente desde pensadores partidários do que Perry Anderson definiu como o “marxismo
ocidental” a outros vinculados à tradição teórico-prática vigente no movimento comunista internacional – especialmente nos PCs brasileiro, italiano e francês (e também, ainda que em menor medida, soviético). Os pensadores-síntese que, para Coutinho, estabeleceram a ponte entre essas duas vertentes no campo do marxismo constituíram suas principais referências teóricas ao longo de
toda a vida adulta: Lukács e Gramsci.
Ao contrário de boa parte de seus companheiros de viagem dentre os assim chamados “renovadores” do PCB, jamais renegou sua vinculação à teoria social marxista, nem o reconhecimento da necessidade de uma revolução social – entendida por ele enquanto paulatina, progressiva e profunda transformação que superasse os impasses e as contradições da sociabilidade fundada sobre o modo de produção capitalista numa sociedade sem classes. Sua adesão a essas posições nada teve de superficial: reafirmou seu pertencimento ao campo marxista não só através do recurso a refinadas exposições quanto ao método em Marx, mas principalmente a robusto arsenal categorial haurido em variadas fontes da tradição teórica inaugurada pela crítica da economia política marxiana, buscando sempre fundamentar sua análise da vida social e cultural nos desdobramentos ou prosseguimentos desta vertente teórico-política considerados por ele os mais autorizados e atualizados. ler mais
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I. Livros de Carlos Nelson Coutinho online:
O estruturalismo e a miséria da razão. http://book4you.org/book/1218132/e52e74
Marxismo y politica: La dualidade de poderes y otros ensayos. http://book4you.org/book/2594877/ebfe0a
Cultura e sociedade no Brasil. http://book4you.org/book/2594879/b1a4b6
Gramsci’s political thought. http://book4you.org/book/2336577/0e6bfa
II. Artigos avulsos disponíveis online:
A democracia como valor universal. https://www.marxists.org/portugues/coutinho/1979/mes/democracia.htm
Em pdf (versão de 1979, da Revista Encontros Com a Civilização Brasileira, 09): http://www.danielherz.com.br/system/files/acervo/ADELMO/Artigos/A%2BDemocracia%2Bcomo%2BValor%2BUniversal.pdf
A época neoliberal: revolução passiva ou contrarreforma? Revista Novos Rumos, v. 49, n. 1 (2012). http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/novosrumos/article/view/2383
A hegemonia da pequena política. Publicado no livro coletivo “Hegemonia às avessas”, às pp. 29-43.
A presença de Gramsci no Brasil. Revista Em Pauta, n. 22 (2008). http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistaempauta/article/view/50
Notas sobre cidadania e modernidade. http://www.rabaneda.adv.br/download/Ciencias%20Pol%EDticas/NOTAS-SOBRE-CIDADANIA-E-MODERNIDADE-Carlos-Nelson-Coutinho.pdf
Como pensar o Brasil. http://www.scielo.br/pdf/ln/n54/a05n54.pdf
Crítica e utopia em Rousseau. Revista Lua Nova, n. 38. http://www.scielo.br/pdf/ln/n38/a02n38.pdf
Hegel e a democracia. Revista do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo. http://www.iea.usp.br/publicacoes/textos/coutinhohegel.pdf
O conceito de vontade coletiva em Gramsci. Publicado na revista Katálysis, vol. 12, n. 01 (2009). https://periodicos.ufsc.br/index.php/katalysis/article/view/S1414-49802009000100005
Gramsci e o Sul do mundo: entre Oriente e Ocidente. Publicado na Revista Margem Esquerda, n. 5 (2012). https://boitempoeditorial.files.wordpress.com/2012/09/artigo-de-carlos-nelson-coutinho-gramsci-e-o-sul-do-mundo-margem-esquerda-5.pdf
Cidadania Publicado. Revista Perspectivas, da UNESP, v. 22 (1999). http://seer.fclar.unesp.br/perspectivas/article/view/2087/1709
O Estado brasileiro: gênese, crise, alternativas. Publicado no livro coletivo “Fundamentos da educação escolar do Brasil contemporâneo”. http://www.epsjv.fiocruz.br/upload/d/CAPITULO_5.pdf
Socialismo e democracia: a atualidade de Gramsci. Publicado no livro coletivo “Gramsci. A vitalidade de um pensamento”. http://www.afoiceeomartelo.com.br/posfsa/Autores/Aggio,%20Alberto/Gramsci%20-%20A%20Vitalidade%20de%20um%20pensamento.pdf
Introdução aos Cadernos do Cárcere. Publicado na edição brasileira dos “Cadernos do Cárcere” sob a responsabilidade de Coutinho. http://www.rabaneda.adv.br/download/Ciencias%20Pol%EDticas/Gramsci-Cadernos-Do-Carcere-Vol-I.pdf
Lukács et la literature du XXème siècle. Publicado na Revista Actuel Marx, n. 45, 2009/1, às pp. 36-51. https://gyorgylukacs.wordpress.com/2014/12/14/lukacs-et-la-litterature-du-
Atualidade de Gramsci. 1997. http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=293
Gramsci e o serviço social. 1997. http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=200
Uma nova edição de Gramsci no Brasil. 1998. http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=296
FHC e a “reforma” do Estado. 1998. http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=349
Um filósofo democrático. Outubro de 1998. http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=68
O pensador hegemônico (com Guido Liguori, Michael Löwy e Sérgio Paulo Rouanet). 1999. http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=326
Uma entrevista sobre os Bálcãs. Maio 1999. http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=307
Os enigmas da modernidade, segundo Octavio Ianni. 2000. http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=153
Marxismo e “imagem do Brasil” em Florestan Fernandes. 2000. http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=90
Contra a corrente. 2000. http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=179
Gramsci e a sociedade civil. 2000. http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=209
A gênese do Capital, segundo Rosdolski. 2001. http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=89
O socialismo liberal em questão. Com Marco Aurélio Nogueira. Abril de 2002. http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=86
O governo Lula ou o estreito fio da navalha. Dezembro de 2002. http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=132
Paixão por Gramsci. Setembro de 2003. http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=224
Uma entrevista para Reportagem. Novembro de 2003. http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=158
Uma entrevista para o Jornal do Brasil. Dezembro de 2003. http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=67
O PT está perdendo a identidade. Fevereiro de 2004. http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=63
É indispensável construir um novo partido de esquerda. Maio de 2004. http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=43
Falar em golpe é mistificação. Agosto de 2005. http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=404
Discutindo sociedade civil e democracia. Setembro de 2007. http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=781
A época neoliberal. Outubro de 2007. http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=790
IV. Entrevistas de Carlos Nelson Coutinho disponíveis online (exceto aquelas em “Gramsci e o Brasil”):
Entrevista a Dênis de Moraes. Intelectuais, luta política e hegemonia cultural. In: Revista Praia Vermelha, v. 22, nº 2, jan.-jun. 2013, Especial Carlos Nelson Coutinho. Pp. 87-100.
Entrevista a Néstor Kohan. A filosofia da práxis no Brasil. Tradução de Victor Neves. In: Revista Praia Vermelha, v. 22, nº 2, jan.-jun. 2013, Especial Carlos Nelson Coutinho. Pp. 101-107.
Revista Caros Amigos, Entrevista com Carlos Nelson Coutinho. http://www.carosamigos.com.br/index.php/politica/983-carlos-nelson-coutinho-leia-entrevista-na-integra
Entrevista a Sérgio Granja. Carlos Nelson Coutinho: reformas geram revolução? http://laurocampos.org.br/portal/images/stories/documentos/Entrevista_Carlos_Nelson_Coutinho.pdf
Entrevista a Álvaro Bianchi. Revista CULT, Entrevista com Carlos Nelson Coutinho. http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/entrevista-com-carlos-nelson-coutinho/
Entrevista a José Corrêa Leite e Emiliano José. Publicada na Revista “Teoria e Debate” em junho de 2002. http://www.dotecome.com/politica/Textos/teoriadebate.htm
V. Artigos e textos curtos sobre Carlos Nelson Coutinho disponíveis online:
Antunes, Ricardo. Notas de memória: as primeiras influências de Carlos Nelson Coutinho no marxismo brasileiro. In: Revista Praia Vermelha, v. 22, nº 2, jan.-jun. 2013, Especial Carlos Nelson Coutinho. Pp. 27-31. https://mega.nz/#!LsR3zALJ!mFRKXlyaY2iWwSCMy7smlNwthoJ5kLDkAyRMshgD75w
Manzano, Sofia e Pinheiro, Milton. Carlos Nelson Coutinho e a polêmica criadora. Considerações preliminares. In: Revista Praia Vermelha, v. 22, nº 2, jan.-jun. 2013, Especial Carlos Nelson Coutinho. Pp. 33-40. https://mega.nz/#!CxpnkRZS!Sbp5SU-1w_GXmDydqorGdiM1eJPLrl2UVqcIiDwK9Aw
Naves, Márcio. Contribuição ao debate sobre a democracia, Revista Temas de Ciências Humanas, no. 10, 1981.
Lessa, Sérgio. Vivemos tempos difíceis! In: Revista Praia Vermelha, v. 22, nº 2, jan.-jun. 2013, Especial Carlos Nelson Coutinho. Pp. 41-48. https://mega.nz/#!HhIzSYJY!a-afIgbSGiQE3wponFxphIWZhqV53VfJWvCWFkTz8uA
Neves, Victor. Um marxista na batalha das ideias: Carlos Nelson Coutinho e os caminhos da revolução brasileira. In: Revista Praia Vermelha, v. 22, nº 2, jan.-jun. 2013, Especial Carlos Nelson Coutinho. Pp. 49-75. https://mega.nz/#!3sJgmaxJ!TAIGckyP1OMSnlmzpKyCMAzLce2BufmZduKu54ziny8
Ramos, Maria Helena Rauta. Memórias do processo de renovação da Escola de Serviço Social da UFRJ e da contribuição de Carlos Nelson Coutinho. In: Revista Praia Vermelha, v. 22, nº 2, jan.-jun. 2013, Especial Carlos Nelson Coutinho. Pp. 77-85. https://mega.nz/#!D8hAUJwK!Li_kt75zYve4OWeX7OcoPdGM6eJYATG_orymncCyY_4
Praia Vermelha v 22, n. 2, Especial Carlos Nelson Coutinho. Contendo diversos artigos sobre ele, assim como versão de seu curriculum vitae elaborada por José Paulo Netto a partir de material compilado pelo próprio Coutinho. https://drive.google.com/file/d/0B0–tS_Kbeq-Z3ZFQnZvQkItVC16REp4c1RzRW9DYW9OWDlF/edit
Sarapegbe, Rivista di cultura e società del Brasile e altri mosaici, numero speciale, Anno II, n. 5, gennaio-marzo 2013. Com artigos de Giorgio Baratta, Florisvaldo Mattos e outros. http://www.sarapegbe.net/sommario_rivista.php?quale=16
Sobre Carlos Nelson: de Adelmo Genro Filho. A democracia como valor operário e popular (resposta a Carlos Nelson Coutinho). http://www.danielherz.com.br/system/files/acervo/ADELMO/Artigos/A+Democracia+como+Valor+Operario+e+Popular.pdf
Sobre Carlos Nelson: de Luiz Sérgio Henriques e Marco Aurélio Nogueira. O Gramsci de Carlos Nelson Coutinho. http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=210
Sobre Carlos Nelson: de Marco Aurélio Nogueira. De Rousseau a Gramsci, na visão de C.N. Coutinho. http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=1490
Sobre Carlos Nelson: de Mozart Silvano Pereira (resenha). De Rousseau a Gramsci: ensaios de teoria política. http://www.ifch.unicamp.br/criticamarxista/arquivos_biblioteca/resenha2015_06_06_23_22_3133.pdf
Sobre Carlos Nelson: de Jaldes Reis de Meneses. Carlos Nelson Coutinho: a hegemonia como contrato. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-66282013000400006
Sobre Carlos Nelson: de Giovanni Semeraro. Coutinho, un maestro alla scuola di Gramsci. In: Critica Marxista, n. 3-4 / 2013, pp. 35-44. Roma: Critica Marxista, 2013. http://www.igsitalia.org/5.%20SEMERARO.pdf
Sobre Carlos Nelson: de César Toledo e Jarbas Gomes. O leitor de Gramsci. In: Revista Contemporânea de Educação, vol. 07, n. 14, agosto/dezembro de 2012.
VI. Teses e dissertações sobre Carlos Nelson Coutinho:
Adriano Nascimento Silva. A “via democrático ao socialismo” na obra de Carlos Nelson Coutinho. http://www.liber.ufpe.br/teses/arquivo/20031104151947.pdf
Rafael da Rocha Massuia. Marxismo e literatura: A recepção do pensamento de Gyorgy Lukács em Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho.
Victor Neves, Democracia e revolução: um estudo do pensamento político de Carlos Nelson Coutinho. Contém Apêndice com levantamento de textos publicados sobre Coutinho em diversos meios e suportes, e, dentre os Anexos, a reprodução de seu curriculum vitae elaborado por José Paulo Netto a partir de material compilado pelo próprio Coutinho. https://mega.nz/#!DpZywBqI!_WLppa5GA3SzB7R-uKV9lcgkmqAUAqdVOMSYqRtMOyQ
VII. Vídeos com intervenções de Carlos Nelson Coutinho:
Gramsci e a Comuna de Paris: https://www.youtube.com/watch?v=S_F8_1QblkI
Os Grundrisse de Marx. Com Carlos Nelson Coutinho, José Paulo Netto e Virgínia Fontes: https://www.youtube.com/watch?v=cuDSsZ2JQz0
Entrevista com Carlos Nelson Coutinho para a GloboNews, programa Milênio. https://www.youtube.com/watch?v=hyjTsPSi-Sg
Entrevista Carlos Nelson Coutinho, Partidos e Movimentos. Com Milton Temer. https://www.youtube.com/watch?v=DgMhScIVgds
Intervenção sobre o “Cesarismo Periférico” no Seminário “Teoria Política do Socialismo: Antonio Gramsci, as periferias e os subalternos”. https://www.youtube.com/watch?v=iiEyE2SjmZY
Mesa redonda Política e democracia em Lukács, Partes I a V. Link para a Parte I: https://www.youtube.com/watch?v=4En5T3jpr0k ; https://www.youtube.com/watch?v=otZds3m6UH8&list=PL4HMODm7Kt25Jh_ne5bEV1BB5ORTX9_wO ; https://www.youtube.com/watch?v=kLcxw9feLM0 ; https://www.youtube.com/watch?v=Ww4FmKUd-Wc ; https://www.youtube.com/watch?v=xcFdV6U6Upo
Valentino Gerratana, filosofo democratico. https://www.youtube.com/watch?v=d1ftf7DXjz0&list=PLTILxwyFpZwlok1ObDKYm9etdOoTdUuUx
Eu apoio o MST – Carlos Nelson Coutinho, professor da UFRJ. https://www.youtube.com/watch?v=k0oX99XvWQk&list=PLTILxwyFpZwlok1ObDKYm9etdOoTdUuUx&index=2
Carlos Nelson Coutinho saúda o VI Congresso da UJC. https://www.youtube.com/watch?v=Rk98RlTxxf8&index=4&list=PLTILxwyFpZwlok1ObDKYm9etdOoTdUuUx
Palestra sobre a obra de Nelson Werneck Sodré. Partes I a VI. https://www.youtube.com/watch?v=Ma6w-WlP–s
VIII. Vídeos com intervenções sobre Carlos Nelson Coutinho:
Homenagem a Carlos Nelson Coutinho, pela Academia de Letras da Bahia. https://www.youtube.com/watch?v=AMQ-asEKLow
Seminário Internacional Carlos Nelson Coutinho Evento ocorrido no Rio de Janeiro entre os dias 11 e 13 de novembro de 2013 no Salão Pedro Calmon, no campus da Praia Vermelha da UFRJ.
Conferência Inaugural
Carlos Nelson Coutinho e a renovação do marxismo – Michael Löwy – Brasil/França. Mediação Prof: Roberto Leher.
Link do vídeo: http://youtu.be/KXUTM7YF9L8
Mesa redonda 1:
Carlos Nelson Coutinho e a renovação do marxismo no Brasil: Carlos Nelson e o marxismo brasileiro – Antonio Carlos Mazzeo Link do vídeo: http://youtu.be/PzcI284z7II
O marxismo de Carlos Nelson Coutinho – Marcelo Braz Link do vídeo: http://youtu.be/oAMuCbBJobQ
O debate sobre Gramsci no Brasil e o legado de Coutinho – Giovanni Semeraro Link do vídeo: http://youtu.be/Y7y3qVQpxak
Mesa redonda 2:
Carlos Nelson Coutinho e o Brasil. Mediação: Agnaldo Fernandes Carlos Nelson Coutinho: intérprete do Brasil – Virginia Fontes Link do vídeo: http://youtu.be/Sr7AbSdKF7Y
O “nacional-popular” na cultura brasileira – Eduardo Granja Coutinho Link do vídeo: http://youtu.be/Qc3NDZLc0jM
Mesa redonda 3:
Carlos Nelson Coutinho e o Brasil: a crítica da cultura. Mediação: Henrique Wellen O lugar de Carlos Nelson na cultura brasileira contemporânea – Celso Frederico Coutinho e a crítica literária – Ranieri Carli Link do vídeo: http://youtu.be/2BRT7WH8660
A atualidade de “O estruturalismo e a miséria da razão” para a crítica do pós-moderno – Mavi Rodrigues Link do vídeo: http://youtu.be/8SmTgVOQXHE
Mesa Temática 1:
As ideias de Coutinho e a estratégia da revolução brasileira: ontem e hoje. Mauro Iasi e Milton Temer Debatedor: Neuri Rosseto – A contribuição histórica do MST Coordenação: Luiz Eduardo Motta Link do vídeo: http://youtu.be/17PRSocsmxM
Mesa Temática 2:
Carlos Nelson Coutinho: influência na Educação e no Serviço Social. Coordenação: Cezar Maranhão. Gaudêncio Frigotto e Ivete Simionato/ Debatedores: Marilda Iamamoto e Lucia Neves Link do vídeo: http://youtu.be/AQQdpyPNfcI
Mesa Temática 3:
A crise mundial, as lutas de classes e o papel dos intelectuais. Marcos Del Roio, Marildo Menegat e Milton Pinheiro. Debatedor: Cristina Bezerra. Coordenação: Representante da turma de Assentados da Reforma Agrária da ESS/UFRJ – Turma Carlos Nelson Coutinho. Link do vídeo: http://youtu.be/ZbLeVTF8iHA
Conferência de Encerramento
Jose Paulo Netto e Francisco Louçã – Portugal. Mediação: Luis Acosta. Link do vídeo: http://youtu.be/I4szVT6b1us
Seminário Internacional Tra Brasile ed Europa: In memoria di Carlos Nelson Coutinho. Promovido pela International Gramsci Society [IGS]. Com intervenções de Guido Liguori, Giovani Semeraro, Pasquale Voza, Valeria Ribeiro, Victor Neves, Raul Burgos, Francesca Chiarotto, Lea Durante, Antonino Infranca, Manuela Ausilio, Angelo D’Orsi, Eleonora Forenza, Andrea Teixeira.
Informações, textos preparatórios e áudios das intervenções no evento em: http://www.igsitalia.org/index.php?option=com_content&view=article&id=231:seminario-tra-brasile-e-europa&catid=69:in-memoria-di-carlos-nelson-coutinho&Itemid=115
Homenagem de José Paulo Netto a Carlos Nelson Coutinho. https://www.youtube.com/watch?v=aV3Jjqkp818&spfreload=5
Democracia e socialismo: homenagem a Carlos Nelson Coutinho por Marco Aurélio Nogueira. https://www.youtube.com/watch?v=J-rDS0huLHg
Homenagem Boitempo a Carlos Nelson Coutinho 2012. https://www.youtube.com/watch?v=W88Ht_S-m5o&index=5&list=PLTILxwyFpZwlok1ObDKYm9etdOoTdUuUx
Homenagem feita a Carlos Nelson Coutinho (por Mauro Iasi – in memoriam).https://www.youtube.com/watch?v=znuZ6GAPzZEc
Homenagem feita ao professor Carlos Nelson Coutinho (por Ricardo Antunes – in memoriam). https://www.youtube.com/watch?v=NY8FQc2KzK4
Por ocasião do falecimento de Carlos Nelson Coutinho, o blog o homenageou com a matéria abaixo.
Editoria
Consternados e sensibilizados pelo falecimento de Carlos Nelson Coutinho, marxismo21 se solidariza com todos que lamentam esta irreparável perda sofrida pelo pensamento marxista crítico e pela cultura política democrática no Brasil. Os editores do blog fazem suas as palavras de um colaborador: “Carlos Nelson, amigo e companheiro inesquecível, é daqueles que Bertolt Brecht chamava os imprescindíveis, que lutaram durante toda a sua vida pela causa dos oprimidos. Carlos Nelson colocou toda sua cultura, sua inteligência, sua criatividade, na luta pelo socialismo e pela democracia”.
Um mes antes do blog ser lançado, Carlos Nelson com sua conhecida simpatia e solidariedade nos incentivou com as seguintes palavras: “A difusão do marxismo no Brasil do século XXI é um fato indiscutível. Já são muitas as publicações (revistas, editoras) que compravam isso. Estou certo de que o blog marxismo21, do qual participam brilhantes intelectuais marxistas de nosso País, contribuirá ainda mais para ampliar esta difusão“.
Nesta breve homenagem ao lúcido e combativo marxista brasileiro, publicamos matérias de sua autoria, entrevistas recentemente concedidas por ele , vídeos e depoimentos de editores de revistas, centros de estudos marxistas e entidades de esquerda.
CARLOS NELSON COUTINHO, PRESENTE!
Editores de marxismo21
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Entrevista à revista Caros amigos, publicada em 2010.
Carlos Nelson Coutinho, um dos intelectuais marxistas mais respeitados do Brasil, recebeu a Caros Amigos em seu apartamento no bairro do Cosme Velho, Rio de Janeiro, para uma conversa sobre os caminhos e descaminhos da esquerda brasileira, sua decepção com o governo Lula e as possibilidades de superação do capitalismo.
Estudioso de Antonio Gramsci, Coutinho defende a atualidade de Marx e reafirma o que disse em seu polêmico artigo “Democracia como valor universal”, publicado há 30 anos: “Sem democracia não há socialismo, e sem socialismo não há democracia”.
Hamilton Octávio de Souza– Queremos saber da sua história. Onde nasceu, onde foi criado, como optou por esta carreira.
Carlos Nelson Coutinho – Nasci na Bahia, em uma cidade do interior chamada Itabuna, mas fui para Salvador muito pequenininho, com uns 3 ou 4 anos. Me formei em Salvador, e as opções que eu fiz, fiz em Salvador. Eu nasci em 1943, glorioso ano da batalha de Stalingrado. Me formei em filosofia na Universidade Federal da Bahia, um péssimo curso, e com meus 18 ou 19 anos sabia mais do que a maioria dos professores. Meus pais eram baianos também. Meu pai era advogado e foi deputado estadual durante três legislaturas da UDN. Publicamente ele não era de esquerda, mas dentro de casa ele tinha uma posição mais aberta. Eu me tomei comunista lendo o Manifesto Comunista que o meu pai tinha na biblioteca. Ele era um homem culto, tinha livros de poesia. Minha irmã, que é mais velha, disse que eu precisava ler o Manifesto Comunista. Foi um deslumbramento. Eu devia ter uns 13 ou 14 anos. Aí fiz faculdade de Direito por dois anos porque era a faculdade onde se fazia política, e eu estava interessado em fazer política. Me dei conta que uma maneira boa de fazer política era me tomando intelectual. Aos 17 anos entrei no Partido Comunista Brasileiro, que naquela época tinha presença. O primeiro ano da faculdade foi até interessante porque tinha teoria geral do Estado, economia política, mas quando entrou o negócio de direito penal, direito civil, ai eu vi que não era a minha e fui fazer filosofia.
Renato Pompeu – Mas quais eram as suas referências intelectuais?
Carlos Nelson Coutinho – Em primeiro lugar, Marx, evidentemente, mas também foram muito fortes na minha formação intelectual o filósofo húngaro George Lukács e Gramsci. Eu tenho a vaidade de ter sido um dos primeiros a citar Gramsci no Brasil, porque aos 18 anos eu publiquei um artigo sobre ele na revista da faculdade de Direito. Aí eu vim para o Rio e fui trabalhar no Tribunal de Contas. Me apresentei ao João Vieira Filho para trabalhar e ele me falou: “meu filho, vá pra casa e o que você precisar de mim me telefone”, Eu fiquei dois ou três anos aqui sem trabalhar, mas a situação ficou inviável. Pedi demissão e fui, durante Um bom tempo, tradutor. Eu ganhava a vida como tradutor, traduzi cerca de 80 ou 90 livros. Em 76, eu fui para a Europa. Passei 3 anos fora, não fui preso, mas senti que ia ser, foi pouco depois da morte do Vlado. Então morei na Europa por três anos, onde acho que aprendi muita política. Morei na Itália na época do florescimento do eurocomunismo, que me marcou muito. O primeiro texto que publiquei é exatamente este artigo da “Democracia como valor universal” que causou, sem modéstia, um certo auê na esquerda brasileira na época. Até hoje há citações de que é um texto reformista, revisionista. Enfim, voltei do exílio e entrei na universidade, na UFRJ, onde eu estou há quase 28 anos. Passei por três partidos políticos na vida. Entrei no PCB, como disse antes, aos 17 anos, onde fiquei até 1982, quando me dei conta que era uma forma política que tinha se esgotado. Nesse momento, surge evidentemente uma coisa que o PC não esperava e não queria, que é um partido realmente operário, no sentido de ter uma base operária. O mal-estar do PCB contra o PT no primeiro momento foi enorme. Eu saí do PCB, mas não entrei logo no PT. Só entrei no PT no final da década de 80, entrei junto com o [Milton] Temer e o Leandro Konder. Fizemos uma longa discussão para ver se entrávamos ou não, e ficamos no PT até o governo Lula, quando nos demos conta que o PT não era mais o PT. Saí e fui um dos fundadores do PSOL, que ainda é um partido em formação. Ele surge num momento bem diferente do momento de formação do PT, de ascensão do movimento social articulado com a ascensão do movimento operário. E o PSOL surge exatamente em um momento de refluxo. Nessa medida, ele é ainda um partido pequeno, cheio de correntes. Eu sou independente, não tenho corrente. Podemos dizer o seguinte: eu tinha um casamento monogâmico com o PCB, com o PT já me permitia traições e no PSOL é uma amizade colorida.
Tatiana Merlino – Em uma entrevista recente o senhor falou sobre o avanço e o triunfo da pequena política sobre a grande política dentro do governo lula. Você pode falar um pouco sobre isso?
Carlos Nelson Coutinho– Gramsci faz uma distinção entre o que chama de grande política e pequena política. A grande política toma em questão as estruturas sociais, ou para modificá-las, ou para conservá-las. A pequena política, para ele, Gramsci, é a política da intriga, do corredor, a intriga parlamentar, não coloca em discussão as grandes questões. Durante algum tempo, o Brasil passou por uma fase de grande política. Se a gente lembrar, por exemplo, a campanha presidencial de 89, sobretudo o segundo turno, tinha duas alternativas claras de sociedade. Não sei se, caso o PT ganhasse, ia cumpri-la, mas, do ponto de vista do discurso, tinha uma alternativa democrático-popular e uma alternativa claramente neoliberal. Até certo momento, no Brasil, nós tivemos uma disputa que Gramsci chamaria de grande política. A partir, porém, sobretudo, da vitória eleitoral de Lula, eu acho que a redução da arena política acaba na pequena política, ou seja, que no fundo não põe em discussão nada estrutural. Eu diria que é a política tipo americana. Obviamente o Obama não é o Bush, mas ninguém tem ilusão de que o Obama vai mudar as estruturas capitalistas dos Estados Unidos, ou propor uma alternativa global de sociedade. Então, o que está acontecendo no Brasil é um pouco isso, dando Dilma ou dando Serra não vai mudar muita coisa não. Até às vezes desconfio que o Serra pode fazer uma política menos conservadora, mas depois vão me acusar de ter aderido a ele. Eu até faço uma brincadeira, dizendo que a política brasileira “americanalhou”, virou essa coisa… Então, neste sentido eu entrei no PSOL até com essa ideia de criar uma proposta realmente alternativa. Infelizmente o PSOL não tem força suficiente para fazer essa proposta chegar ao grande público, mas é uma tentativa modesta de ir contra a pequena política. (Para ler mais: acesso )
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Textos, entrevistas, vídeos
Neoliberalismo: revolução passiva ou contra-reforma, NR, 2012 | acesso |
A atualidade de Antonio Gramsci | acesso |
Marxismo e a imagem do Brasil na obra de Florestan Fernandes | acesso |
Leandro Konder, um filósofo democrático | acesso |
Gramsci e o sul do mundo: oriente e ocidente | acesso |
Cidadania e modernidade | acesso |
Estado brasileiro: gênese, crise e alternativas | acesso |
Entrevista: “Reformas geram revolução?” | acesso |
Entrevista: la filosofia de la praxis en Brasil | acesso |
Entrevista à revista Teoria e Debate, 2002 | acesso |
Gramsci e a Comuna de Paris (video) | acesso |
Debate sobre Nelson Werneck Sodré (vídeo) | acesso |
Partidos e movimentos sociais na sociedade contemporânea (vídeo) | acesso |
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Depoimentos
* NOTA de Novos Rumos
“A Revista Novos Rumos vem a público prestar suas homenagens ao grande intelectual, revolucionário e militante comunista, Carlos Nelson Coutinho. Tivemos o privilégio de contar com suas contribuições em nossas páginas ao longo da história de nossa revista, como importante estudioso e difusor da obra de Antonio Gramsci no Brasil e, mais ainda, em nosso número de retomada, publicado no primeiro semestre deste ano. Perda irreparável, só nos resta expressar nestas poucas linhas uma pequena parte daquilo que é o reconhecimento de uma vida”. Marcos Del Roio – Editor / Angélica Lovatto – Editora-assistente
* NOTA do HISTEDBR
“A Direção e os membros do Grupo de estudos e pesquisas “História, Sociologia e Educação no Brasil” (HISTEDBR), FE, Unicamp, lamentam o falecimento do intelectual e militante Carlos Nelson Coutinho, pelas contribuições que deu ao marxismo em nosso país, notadamente por sua permanente militância revolucionária”. José (Zezo) Claudinei Lombardi, Unicamp
* NOTA do Núcleo de Estudos de Ideologias e Lutas Sociais (NEILS) e revista Lutas Sociais.
“Morreu ontem um dos intelectuais marxistas mais controvertidos do Brasil, Carlos Nelson Coutinho. Deixa uma sólida contribuição para o aprofundamento e disseminação deste campo teórico-prático. Passou por diversos partidos e jamais mudou de lado. Em múltiplas dimensões da existência, levou Gramsci a sério.
Sempre demonstrou imensa generosiade, paciência e dignidade para ouvir e responder a críticas corretas ou carentes de fundamento, justas ou injustas. Sem qualquer arrogância, desbravou e ensinou como poucos. Faz falta”.
* NOTA de História & Luta de Classes
“Afirmando corretamente a indissolúvel vinculação entre conhecimento e práxis, o necessário condicionamento histórico de todo conhecimento….” (Carlos Nelson Coutinho. In: Gramsci: um estudo sobre seu pensamento político, 1992, p. 142).
Desde as edições em nosso País, pela Civilização Brasileira, das obras de Antônio Gramsci, em trabalho conjunto com Leandro Konder, ainda na década de 1960, passando pela reflexão intelectual sobre o Brasil, sempre com teses polêmicas sobre a nossa formação econômico-social e o significado da democracia, a perda de Carlos Nelson Coutinho nos deixa mais desamparados intelectualmente na resistência à tentativa de imposição neoliberal de um “pensamento único” e contra os relativismos pós-estruturalistas que tanto seduzem os meios acadêmicos e intelectual. Suas lúcidas reflexões e suas instigantes provocações inovadoras seguem o legado de sua maior referência intelectual, o comunista Antônio Gramsci, simplesmente uma das mais complexas “concepções dialéticas da História” brasileira.
História & Luta de Classes, através de sua Comissão Editorial, torna público seu profundo pesar com a morte de um dos maiores pensadores brasileiros, sempre renitente em defesa da tradição marxistas”.
* NOTA do Instituto Caio Prado Jr. e da revista Novos Temas
“O ICP (Instituto Caio Prado Jr.) e a Revista Novos Temas se associam ao conjunto dos lutadores sociais e aos marxistas brasileiros, para homenagear Carlos Nelson Coutinho. faleceu um comunista, um intelectual do campo da revolução e um dos mais fecundos e polêmicos pensadores do marxismo no Brasil. A sua obra e o seu exemplo de vida serão lições para o avanço da nossa luta. Carlos Nelson Coutinho, Presente!“
José Paulo Netto, Milton Pinheiro, Sofia Manzano, Mauro Iasi, Edmilson Costa, Antonio Carlos Mazzeo
* NOTA da revista Margem Esquerda e Boitempo editorial.
“Morreu Carlos Nelson Coutinho, o principal filósofo marxista brasileiro. Juntamente com Leandro Konder foi responsável, na antiga editora Civilização Brasileira, sob a direção de Ênio Silveira, por introduzir no Brasil autores como György Lukács e Antonio Gramsci como também da trilogia de Isaac Deutscher sobre Leon Trotsky. Carlito, como era conhecido pelos amigos, formou-se em filosofia na Universidade Federal da Bahia e foi recentemente nomeado professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Autor de obras fundamentais sobre teoria política dedicou-se também à crítica cultural e à tradução. Pela Boitempo, publicou De Rousseau a Gramsci: ensaios de teoria política, no final de 2011, e de vários outros livros, entre os quais: Gramsci. Um estudo sobre seu pensamento político (Civilização Brasileira, 3. ed., 2007); Contra a corrente: ensaios sobre democracia e socialismo (Cortez, 2. ed., 2008); O estruturalismo e a miséria da razão (Expressão Popular, 2. ed., 2010), além do ensaio “A democracia como valor universal”, publicado pela extinta Editora Ciências Humanas, em 1980. Foi responsável ainda pela edição brasileira dos Cadernos do cárcere, de Gramsci (Civilização Brasileira, 1999-2002). Militou no Partido Comunista Brasileiro (PCB), no Partido dos Trabalhadores (PT), no Partido Socialismo e Liberdade (PSoL) e apoiava o MST.
Carlos Nelson partiu após meses de luta contra um câncer, descoberto em fevereiro deste ano. Na ocasião, disse: “Ainda estou perplexo – mas disposto a brigar. Também sobre isso, tenho tentado me valer do mote de Gramsci: “pessimismo da inteligência, otimismo da vontade”. No próximo sábado a Boitempo prestará uma homenagem a ele no encerramento do III Curso Livre Marx-Engels (este realizado em parceria com o Sindicato dos Bancários de São Paulo), após a aula proferida por Michael Löwy. Na pessoa desse importante intelectual marxista, homenagearemos todos os que lutam pela emancipação dos povos.
A Boitempo e a revista Margem Esquerda, neste momento triste e difícil, expressam sua solidariedade irrestrita aos familiares de Carlos Nelson Coutinho e se somam a todos àqueles que prestam seu tributo e homenagem a este grande pensador brasileiro”.
* Nota da revista Contra-maré (online):
O falecimento de Carlos Nelson Coutinho no dia 20 de setembro leva-nos a relembrar aspectos importantes de sua obra e de sua trajetória política. Coutinho era reconhecido como um dos maiores especialistas no pensamento gramsciano. Coutinho deu a devida importância ao novo programa elaborado por Gramsci para as chamadas “classes subalternas” do Ocidente. Em seus ensaios, o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro deixou muito claro que, segundo Gramsci, a teoria da Revolução Permanente defendida por Marx e Engels em 1850 e aplicada pelos bolcheviques em outubro de 1917 – a chamada via soviética baseada na construção de uma dualidade de poder – deveria ser substituída pela estratégia da conquista da hegemonia no interior do Estado burguês, Estado que, nos países desenvolvidos do Ocidente, havia se ampliado e se tornado mais resistente a um ataque frontal. Nesse sentido, Coutinho foi extremamente fiel àquilo que estava realmente escrito nos Cadernos do Cárcere. A Revista Contra-maré elogia essa atitude intelectual, a atitude de ler a obra em sua literalidade, atitude que em muito contribui para esclarecer e delimitar com rigor e transparência os diferentes programas defendidos por aqueles marxistas que passaram por experiências revolucionárias, como, entre outros, Marx, Engels, Lenin, Trotsky e Gramsci.
* NOTA do IMO/UECE
“O Instituto de Estudos e Pesquisas do Movimento Operário da Universidade Estadual do Ceará (IMO/UECE) junta-se aos companheiros marxistas no pesar diante da perda do nosso intelectual e militante histórico Carlos Nelson Coutinho”. Susana Jimenez
* NOTA da Direção Nacional do MST:
“Reunidos na Escola Nacional Florestan Fernandes, recebemos com profunda tristeza a notícia da perda de nosso companheiro Carlos Nelson Coutinho. A sociedade brasileira perde um de seus mais importantes pensadores, um intelectual que jamais se furtou dos debates de nosso tempo e que travou a batalha das ideias por uma nova sociedade com rigor teórico e a paixão da militância.
Aqui, nesta mesma Escola Nacional Florestan Fernandes, tivemos a oportunidade de recebê-lo como professor, o que demonstra sua profunda coerência como verdadeiro intelectual orgânico da classe trabalhadora, comprometido em socializar o conhecimento e contribuir na formação de militantes. Em inúmeras ocasiões, recebemos seu apoio e solidariedade na luta pela terra e pela reforma agrária.
Sua ausência nos deixa uma lacuna inestimável: um pensador marxista vigoroso; um estudioso preocupado em permitir o acesso à obra de Gramsci e Lukács ao público brasileiro; um militante atento e dedicado à discussão dos problemas atuais da sociedade brasileira.
É com este sentimento de respeito e admiração que nos despedimos do Professor Carlos Nelson Coutinho, que nos somamos ao pesar de familiares e amigos e que nos comprometemos com seu legado, lutando sempre por uma sociedade justa, humana e socialista”.
Direção Nacional do MST / Guararema, SP, 20 de Setembro de 2012
* NOTA da Fundação Maurício Grabois
“A Fundação Maurício Grabois lamenta o falecimento do professor Carlos Nelson Coutinho, aos 69 anos, na manhã desta quinta-feira na cidade do Rio de Janeiro. Carlos Nelson era baiano, natural de Itabuna, com formação em filosofia pela UFBA. Desde muito jovem tornou-se ensaísta e tradutor de grande respeito entre os comunistas brasileiros e também junto ao público mais amplo.
Dedicou-se com mais intensidade às obras do filósofo húngaro Georg Lukács e do italiano Antonio Gramsci, sendo responsável pela edição e divulgação de numerosos escritos desses autores, bem como do pensamento marxista em geral. No que respeita a Gramsci, é autor de diversos estudos e de um prestigiado livro, Gramsci. Um estudo de seu pensamento político. Foi também tradutor e organizador da edição brasileira dos “Cadernos do Cárcere”, escritos pelo autor italiano. Na universidade, era professor emérito da Escola de Serviço Social da UFRJ.
Carlos Nelson deixa uma obra importante e com marca própria na reflexão sobre o marxismo no Brasil. Lega também às gerações presentes e vindouras um exemplo de dedicação intelectual e militante à causa do socialismo”. Adalberto Monteiro/ Presidente da Fundação Maurício Grabois.
* NOTA do MODECON
“O Movimento em Defesa da Economia Nacional vem se solidarizar e se juntar na dor e na tristeza aos muitos amigos, companheiros e admiradores do grande intelectual combativo e intransigente defensor da democracia e do socialismo. A morte de Carlos Nelson Coutinho é uma perda mais sentida ainda em razão do momento em que os rumos da Humanidade se encontram atingidos pelo crescimento de manifestações de barbárie a mutilar os espaços de democracia e liberdade conquistados pelas forças sociais progressistas”. Lincoln de Abreu Penna, Presidente do MODECON
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NOTAS DE PARTIDOS POLÍTICOS DE ESQUERDA
* Partido Comunista Brasileiro
“O Comitê Central do PCB lamenta profundamente o falecimento do intelectual marxista e militante comunista, Carlos Nelson Coutinho. Carlos Nelson, que durante 20 anos foi integrante das fileiras do PCB, impactou a cultura política marxista ao introduzir no Brasil o pensamento clássico dos filósofos György Lukács e Antonio Gramsci, contribuindo para que a vanguarda brasileira tivesse acesso às formulações desses pensadores. Estudioso da formação brasileira e da sua cultura política, o professor da UFRJ, foi autor de uma polêmica e rica leitura de Gramsci, no Brasil
* Partido do Socialismo e Liberdade
“É com tristeza que recebemos a notícia do falecimento de Carlos Nelson Coutinho. À família e amigos nossos sentimentos e abraços solidários. A importância intelectual de Carlos Nelson para as Ciências Humanas e para o pensamento político marxista no Brasil é incontestável, sobretudo, como responsável pela difusão e edição da obra de Gramsci em língua portuguesa.
Carlos Nelson, contudo, deixa uma lacuna ainda maior. Além de sua importância como intelectual, ele foi um exemplo de comprometimento militante desde os anos 80, na construção de uma alternativa partidária socialista e de esquerda na sociedade brasileira, seja no PCB, depois no PT e atualmente como filiado do PSOL. Carlos Nelson teve destacada importância no movimento que criou o partido, sendo um de seus fundadores.
Sua profícua obra contribuiu muito para o desenvolvimento do pensamento socialista, sobretudo na sua defesa do socialismo com democracia. Para ele não era possível construir o socialismo sem democracia, mas não seria possível uma real democracia sem socialismo.
Em tempos de “hegemonia da pequena política” continuar sua obra é seguir lutando com o “otimismo da vontade” por transformações profundas das condições de vida do nosso povo, por uma sociedade mais justa e livre de toda forma de exploração e opressão”.
Ivan Valente, Presidente Nacional do PSOL
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