Blogueiro do jornal O Globo, Ricardo Noblat realizou na noite desta terça-feira (7) um jantar no restaurante Piantella para celebrar seus 50 anos de carreira jornalística.
Aécio Neves, José Serra e Michel Temer foram alguns dos caciques políticos que prestigiaram o evento. Gilmar Mendes, ministro do STF, também estava lá.
No regabofe, quase não se viu político de esquerda ou algum nome relacionado ao campo progressista. Rara exceção foi Chico Alencar, deputado pelo PSOL do Rio de Janeiro e conhecido como um dos nomes mais aguerridos da oposição.
Depois do evento, jornalistas da Folha que lá estiveram escreveram que Chico Alencar beijou a mão do senador Aécio Neves e elogiou o tucano na frente de muita gente. A notícia repercutiu em outros jornais e também em veículos da mídia independente.
Cobrado por eleitores e simpatizantes, Chico Alencar divulgou uma nota na sua página oficial do Facebook para tentar esclarecer o que houve no jantar. Leia a íntegra abaixo:
Explicando a nota maldosa — em especial pelo “beija mão” — que saiu hoje na imprensa
Compareci ontem ao jantar dos 50 anos de jornalismo do Noblat – para o qual fui convidado por conhecê-lo há muito tempo e por ser colunista de seu blog. É evidente que isso não significa concordância com todas as suas posições.
Nesta confraternização, eu era um dos poucos deputados de oposição. Como é de costume meu, usei da brincadeira para descontrair clima às vezes desconfortável. As piadas foram retiradas de contexto, obviamente, para tentar confundir alhos com bugalhos. Imediatamente após as “brincadeiras” questionei abertamente Aécio sobre a aliança do PSDB com o PMDB; o financiamento empresarial de partidos e campanhas que o coloca na situação de investigado; e sobre a crise permanente do governo ilegítimo de Temer, do qual os tucanos são sócios e cúmplices.
Para reiterar minha posição, de sempre, afirmo: acredito que a Lava Jato precisa investigar a fundo tudo e todos. Inclusive Aécio Neves e Michel Temer. Não acredito que nenhum desses políticos e seus partidos tradicionais sejam diferentes. Ao contrário, creio que todos representam a mesmíssima lógica do toma-lá-dá-cá.
Se, por alguma razão, em minha vida pública eu dei a entender o contrário, reitero que isso se deve a um erro de comunicação (minha ou de quem veicula) e não por falta de convicção e crença absoluta numa política diferenciada, sem jogos e acordos velados.
Parece que os jornalistas que estão divulgando notas a respeito da noite de ontem, com títulos sensacionalistas, ou não perceberam a ironia da situação ou, por algum motivo, insistem no erro.
Chico Alencar
Pragmatismo Político
Aécio Neves, José Serra e Michel Temer foram alguns dos caciques políticos que prestigiaram o evento. Gilmar Mendes, ministro do STF, também estava lá.
No regabofe, quase não se viu político de esquerda ou algum nome relacionado ao campo progressista. Rara exceção foi Chico Alencar, deputado pelo PSOL do Rio de Janeiro e conhecido como um dos nomes mais aguerridos da oposição.
Depois do evento, jornalistas da Folha que lá estiveram escreveram que Chico Alencar beijou a mão do senador Aécio Neves e elogiou o tucano na frente de muita gente. A notícia repercutiu em outros jornais e também em veículos da mídia independente.
Cobrado por eleitores e simpatizantes, Chico Alencar divulgou uma nota na sua página oficial do Facebook para tentar esclarecer o que houve no jantar. Leia a íntegra abaixo:
Explicando a nota maldosa — em especial pelo “beija mão” — que saiu hoje na imprensa
Compareci ontem ao jantar dos 50 anos de jornalismo do Noblat – para o qual fui convidado por conhecê-lo há muito tempo e por ser colunista de seu blog. É evidente que isso não significa concordância com todas as suas posições.
Nesta confraternização, eu era um dos poucos deputados de oposição. Como é de costume meu, usei da brincadeira para descontrair clima às vezes desconfortável. As piadas foram retiradas de contexto, obviamente, para tentar confundir alhos com bugalhos. Imediatamente após as “brincadeiras” questionei abertamente Aécio sobre a aliança do PSDB com o PMDB; o financiamento empresarial de partidos e campanhas que o coloca na situação de investigado; e sobre a crise permanente do governo ilegítimo de Temer, do qual os tucanos são sócios e cúmplices.
Para reiterar minha posição, de sempre, afirmo: acredito que a Lava Jato precisa investigar a fundo tudo e todos. Inclusive Aécio Neves e Michel Temer. Não acredito que nenhum desses políticos e seus partidos tradicionais sejam diferentes. Ao contrário, creio que todos representam a mesmíssima lógica do toma-lá-dá-cá.
Se, por alguma razão, em minha vida pública eu dei a entender o contrário, reitero que isso se deve a um erro de comunicação (minha ou de quem veicula) e não por falta de convicção e crença absoluta numa política diferenciada, sem jogos e acordos velados.
Parece que os jornalistas que estão divulgando notas a respeito da noite de ontem, com títulos sensacionalistas, ou não perceberam a ironia da situação ou, por algum motivo, insistem no erro.
Chico Alencar
Pragmatismo Político
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