Durante a audiência pública realizada na manhã desta quarta-feira, 15, no auditório da OAB de Campina Grande, que reuniu mais de 150 pessoas, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Indústrias Urbanas da Paraíba, Wilton Maia Velez, anunciou que vai procurar o Governador Ricardo Coutinho para cobrar uma posição sobre o processo de privatização da Cagepa, bem como vai buscar audiência com o prefeito Romero Rodrigues, ao qual vai pedir que desista do processo de municipalização da empresa concessionária de água e esgoto.
Ainda no mesmo evento, o sindicalista disse que será levado um abaixo-assinado em todas as empresas da Cagepa do Estado, com expectativa de reunir mais de 150 mil assinaturas e que servirá para que seja formalizado uma Petição Pública para tentar evitar a privatização da água, não apenas na Paraíba, mas também em todo o País.
Ao final, foi criado o Fórum Estadual das Águas, atividade permanente que vai levar as discussões sobre a privatização para diversas cidades paraibanas.
O primeiro a usar da palavra foi o presidente da OAB/Campina Grande, Jairo Oliveira. Sua primeira frase chamou a atenção de todos. Ele disse: “primeiramente, fora Temer”. Foi aplaudido de pé. Falando sobre a questão da luta do Stiupb contra a privatização da Cagepa Jairo disse que a OAB teve alguns erros históricos, mas agora é a vez de ficar ao lado da sociedade e que a Ordem apóia a luta sindical para manter pública a empresa de distribuição de água na Paraíba.
Em sua exposição, Wilton destacou que a Cagepa, através dos seus funcionários, tem tido um papel fundamental para que a água chegasse aos lares dos consumidores, em que pese o racionamento: “Estão querendo se desfazer desse patrimônio apenas por interesses financeiros, mas esquecem (ou fazem de conta), que a água não é negócio e não deve ser tratada como fazem os empresários de água mineral, que tratam disso como uma empresa apenas para ganhar dinheiro e nada mais”.
Através de dados expostos em telão, Wilton disse que a privatização onde aconteceu não agradou e citou como exemplo a venda da Celb, a privatização das redes ferroviárias e dos aeroportos. Ele disse que se a Cagepa hoje dá prejuízo não é porque é pública, “mas sim por falta de uma gestão eficiente”.
O representante da CUT, Joel Carlos, também usou da palavra e disse que a sociedade e os trabalhadores precisam se unir para lutar contra a onda de privatização que assola o Brasil. Além das empresas de água, ele também citou outros casos que devem ser combatidos, a exemplo das reformas trabalhista e da previdência.
O vereador Galego do Leite seguiu a mesma linha dos anteriores e disse que vai lutar na Câmara Municipal para que o assunto seja amplamente discutido entre todos os parlamentares. O representante do movimento estudantil, Mateus Henriques, filho de pai que trabalha na Cagape também falou e disse que hoje a empresa é que a menos desperdiça no Nordeste e a que tem maior estrutura de trabalho de pessoal.
O advogado Luciano Guedes, representante da Maçonaria, disse que a luta deve ser de todos e todos os trabalhadores devem se unir para fortalecer o movimento na defesa da manutenção da Cagepa como empresa pública.
A sindicalista Socorro Dantas, representante das mulheres, defendeu a bandeira da Cagepa e convocou a todos para irem ás ruas lutar em defesa da empresa.
Por fim o advogado do Stiupb, Giusepe Costa, mostrou que a onda de privatização nacional deixa o trabalhador como sendo “um nada” e que “é escandaloso” ver o que estão querendo fazer com empresas públicas Brasil afora.
Trabalhadores da Cagepa de várias cidades da Paraíba estiveram presentes à audiência promovida pelo Stiupb, tendo alguns deles, inclusive, usado da palavra e externado descontentamentos em relação às propostas de privatização e/ou municipalização da empresa.
Paraíba confidencial
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