quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Petistas não descartam adesão ao PSB
Parlamentares inciam articulação pela unidade da legenda. Aliança com os socialistas dependerá da conjuntura nacional
Lívia Falcão
Com o respaldo da aprovação nas urnas, os eleitos do Partido dos Trabalhadores deflagram ontem um movimento pela unidade política da legenda. Só a partir daí, o partido, em bloco, vai decidir se integrará a bancada de oposição ou se adere ao governo do governador eleito, Ricardo Coutinho (PSB). O vice-governador e deputado estadual eleito, Luciano Cartaxo (PT), discutiu o assunto com o também deputado eleito, Anísio Maia.
O próximo encontro será com o deputado federal eleito frei Anastácio Ribeiro e, depois, com o deputado federal reeleito Luiz Couto. "Estamos conversando o entendimento com a bancada estadual, depois ampliaremos para a bancada federal e depois faremos uma discussão dentro do partido", ressaltou Cartaxo, deixando claro que o primeiro passo no processo será unificar o discurso dentro do PT para depois se decidir sobre o futuro.
"Estamos iniciando um diálogo. A concepção atual é a de que se não conseguirmos um entendimento integral, pelo menos devemos conquistar uma posição majoritária", apontou Cartaxo em consenso com Anísio. Depois de ouvidas as bancadas estadual e federal, a perspectiva é que se chegue à Executiva Estadual do PT, comandada pelo deputado estadual e ex-candidato a vice-governador na chapa governista, Rodrigo Soares.
"Não quero comentar qualquer posicionamento antes de unificarmos o discurso. A prioridade é tirar o PT da gangorra política. Não temos como continuar a manter esta política total de desintegração interna", analisa Cartaxo. O secretário de Articulação Política do Estado, Anselmo Castilho, concorda com a tese de unidade e aponta Cartaxo como "figura central neste processo".
A despeito da perda da vice-governadoria em 2011, Castilho analisa que o PT sai vitorioso das Eleições 2010 com a ampliação da bancada parlamentar e a vitória de senadores que darão sustentação à administração de Dilma Rousseff. "Cumprimos o que compactuamos com a direção nacional petista este ano: fortalecer as bancadas de apoio a nossa presidente aqui e em Brasília, para onde ajudamos a eleger dois senadores. A partir de agora, temos de definir os novos parâmetros que se abrem para o PT", vislumbrou.
Para ele, a aproximação do PT à futura gestão socialista tocada por Ricardo Coutinho vai depender do nível de contribuição à gestão de Dilma. "Nós conhecemos a militância socialista e sabemos das afinidades com a nossa legenda, mas como essa aliança com o PSDB e DEM influencia a colaboração do PSB a Dilma. Que peso trará aliados de Ricardo, como Romero Rodrigues e Ruy Carneiro para a presidência petista?", indagou ao reforçar. "São limitações importantes que se Ricardo souber administrar nada impede que os petistas da Paraíba se aproximem da gestão socialista", arrematou.
O Norte
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