quarta-feira, 30 de março de 2016
O PMDB da Paraíba à caminho do Céu
Programa do PMDB: varejão da noiva cadáver
Cláudia Carvalho
Um cenário sombrio e um partido de luto. O conceito de quem bolou o programa do PMDB exibido na TV aberta na noite desta quinta-feira, 25, deve ter sido esse. O objetivo, certamente, era o de prantear o governo de Dilma Rousseff, mas naquele estilo leviano de não bater diretamente e apenas fazer as críticas sem direcioná-las a ninguém. Deveriam ter pensado também que a ideia ou o feitiço poderia virar contra o feiticeiro. Com um ar tão sinistro, o telespectador pode ter ficado com medo de figuras de sobrancelhas arqueadas como Michel Temer ou do apavorante Eduardo Cunha.
Mas, a confusão não estava apenas no conceito visual. O discurso também foi um festival de variedades.
Uns tentavam detonar o governo de Dilma. Outros apenas diziam que era preciso acreditar na superação da crise. Cada um defendendo o que era mais conveniente para si. A cara do PMDB. Para juntar tantas contradições na edição deve ter dado trabalho. Era como se um cachorro caísse de um caminhão de mudança direto nas gravações da "Noiva Cadáver". Um mosaico de opiniões num ambiente fúnebre.
A apresentadora sofisticada e, de luto, soou patética ao tentar falar ao povo dizendo que nem banana é mais vendida a preço de banana.
Mas, vamos focar nas aparições dos peemedebistas paraibanos. Se espremermos o que disse o pessoal da Paraíba, pouco sobrará. Parece que ninguém queria se indispor com a ala governista e nem com a oposicionista. O senador Raimundo Lira afirmou que "o cenário exige medidas concretas, viáveis e imediatas para retomarmos o crescimento". Hugo Motta profetizou que basta um passo para mudarmos a percepção dos fatos. Em seguida, Veneziano Vital receitou para o Brasil o que está acontecendo na Argentina: "uma mudança de ânimo". E Zé Maranhão lembrou o brilhante "Plano Temer" para sair da crise antes de Manoel Júnior surgir na ala dos pré-candidatos do partido, dizendo que a Saúde é um problema no país inteiro e que para melhorá-la seria preciso união e cuidado com as pessoas.
Se o PMDB não consegue nem unir o discurso num programa de 10 minutos, como poderia pensar em unir o Brasil? Lembrou a piada do menino que brinca com outras crianças na praça quando chega o padre, recém transferido, perguntando onde fica a agência dos Correios. Um dos garotos ensina, o religioso agradece e convida-os a visitar a igreja para ensiná-los o caminho dos céus, ao que um moleque mais espirituoso responde: "O senhor não sabe nem onde ficam os Correios, vai saber onde é o céu".
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