Boulos, MTST: movimentos vão ao enfrentamento contra reforma da Previdência

Boulos diz que movimentos sociais vão combater reforma da Previdência
 
O coordenador do MTST, Guilherme Boulos, diz que movimentos 'vão ao enfrentamento' contra reforma

Catia Seabra

Guilherme Boulos, coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) e colunista da Folha, disse nesta quinta-feira (7) que os movimentos sociais vão para "o enfrentamento" caso a presidente Dilma Rousseff insista em aprovar uma reforma da Previdência, como afirmou nesta manhã. Segundo Boulos, essa seria uma medida "desastrosa" e "covarde".

"Gostaria ver se a presidente Dilma e o governo dela têm coragem de 'encarar' uma reforma tributária, com taxação de grandes fortunas, ajustando as contas com a criação de uma nova faixa do imposto de renda, com aumento de IOF", criticou Boulos, usando o mesmo verbo que Dilma lançou mão para se referir à reforma da Previdência. "Esse tipo de reforma seria apoiado pelos movimentos sociais. Mas Dilma não faz pelo compromisso que assumiu com os setores financeiros."

Ainda segundo Boulos, a intenção de aprovar uma reforma da Previdência "mostra que a presidente Dilma não aprendeu nada com a perda do apoio social que teve desde as eleições de 2014". "[A presidente] insiste na mesma linha de jogar a conta da crise nas costas dos trabalhadores e de querer ajustar com perda dos direitos sociais."

O MTST tem engrossado os atos contra o processo de impeachment de Dilma. Mas, segundo Boulos, reagirá "duramente" a uma reforma que afete o direito do trabalhador.

"Isso é inaceitável. O MTST, cuja base é de trabalhadores, vai reagir duramente a esse tipo de medida. Vamos para o enfrentamento se a presidente Dilma de fato encampar".

Folha