sábado, 2 de abril de 2016

Quando o Procurador é suspeito


Em crise, STJD é pressionado para afastar procurador-geral

Envolvido numa polêmica por supostamente atuar em defesa da CBF em julgamentos no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o procurador-geral do órgão, Paulo Schmitt, é alvo de uma investigação em curso dentro do próprio STJD e ainda tem contra si documento assinado pelos 11 clubes de maior torcida do Brasil, que pedem seu afastamento.

Jamais na história do STJD houve algum protesto que agrupasse tantos grandes clubes, como Flamengo, Vasco, Fluminense, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Grêmio, Internacional, Cruzeiro e Atlético-MG.



A corregedoria do STJD abriu investigação contra Paulo Schmitt após uma denúncia do auditor da Primeira Comissão Disciplinar do tribunal, Washington Rodrigues, segundo o qual Schmitt tentava interferir em alguns julgamentos para defender a CBF.

Ao mesmo tempo, a pedido de Schmitt, foram abertos outros dois procedimentos contra Washington Rodrigues – um disciplinar e outro investigativo, a fim de apurar se ele cometeu irregularidade em julgamentos desde que era auditor do Tribunal de Justiça Desportiva da federação paulista de futebol.


O STJD, na teoria, tem de prezar pela autonomia, independência, embora seja a CBF quem paga o aluguel da sede do tribunal, as despesas com os funcionários locais e com transporte e hospedagem dos seu auditores.


A crise foi deflagrada após o site ESPN publicar uma troca de e-mails datada de 2012, entre Schmitt, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, e o diretor-jurídico da confederação, Carlos Eugenio Lopes. Nas mensagens, Schmitt reclamava do auditor Washington Rodrigues por ele não ter votado a favor da condenação do Atlético-MG, num caso em 2012, em que a torcida mineira fez um protesto contra a CBF.


O clube acabou punido, depois, em julgamento do Pleno do STJD. No rastro do problema interno do tribunal, os clubes elaboraram documento para ser entregue à CBF e à presidência do STJD em que pedem a saída de Paulo Schmitt, que está há dez anos na procuradoria. Alegam que ele está sob suspeita e que é preciso uma renovação no cargo.


A definição do procurador-geral do STJD passa pelo seguinte rito. A CBF faz uma lista tríplice e a encaminha ao tribunal, que, por votação, escolhe a quem caberá a função.

Jornal do Brasil 


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...