Epílogo resultante da covardia diante da Globo
"Lula se arrepende de não ter regulamentado a mídia". Agora?? Por acaso faltou pressão dos segmentos ligados ao tema, chamando a atenção, durante todos esses anos, para o perigo do financiamento generoso e a libertinagem permitida que o lulopragmatismo concedeu à grande mídia, Rede Globo erm particular?
Vamos relembrar.
Foi decisão de Lula desde sua posse em 2003. Sua primeira entrevista, como presidente, não foi no Congresso, aberta a jornalistas do Brasil e do mundo, como o fez o liberal Tancredo Neves, quando eleito, nos estertores da ditadura, antes mesmo de tomar posse.
Lula optou por uma exclusiva ao Jornal Nacional, com obsequioso respeito aos intervalos comerciais.
Estava ali o primeiro sinal de uma guinada ideológica que marcou a submissão consciente ao grande capital, marcante na indicação de Henrique Meirelles para o Banco Central.
Me lembro de, então, indignado, ter consultado Zé Dirceu sobre aquele absurdo, ouvindo como como resposta um constrangido "deve ter sido acordo do Kotsho na reta final da campanha".
Estava ali o sinal de que uma das principais bandeiras do saudoso PT, nas décadas de afirmação como partido socialista, a democratização da mídia, através da regulamentação severa das concessões de direito público em rádio e TV, ia para as calendas, por opção política.
O arrependimento ora anunciado não absolve o verdadeiro crime em sua origem. Porque é o povo brasileiro, a esquerda combativa em especial, quem paga o preço.
Lula colhe o que plantou
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